“Se em uma mesa houver uma garrafa de vinho importado, as pessoas ali em volta são brasileiras. Caso o vinho seja brasileiro, todos ali são turistas estrangeiros”. A piada interna dos sommeliers foi revelada pelo jornalista e sommelier do Rio Grande do Sul, Maurício Roloff e reflete a percepção de especialistas de que é mais fácil oferecer vinho brasileiro para visitantes vindos de outros países do que ao viajante nacional.
Na opinião do presidente da ABS-SP (Associação Brasileira de Sommeliers, São Paulo) Arthur Azevedo, vender vinhos brasileiros aos turistas “não é um grande problema”, pois é hábito de quem viaja degustar produtos locais e novos. Mesmo assim, Azevedo e Roloff explicam que há ações que facilitam ainda mais a venda em restaurantes, adegas, bares e hotéis:
- Ressalte as qualidades. Vinhos brasileiros já são reconhecidos internacionalmente por suas qualidades. No começo de 2016, espumantes do País ganharam medalhas de ouro e prata em três concursos europeus: os franceses Vinalies e Chardonnay Du Monde e o espanhol Internacional de Vinhos Bacchus.
- Clássicos nunca saem de moda. Segundo Roloff houve um aumento na demanda por vinhos tradicionais como Cabernet Sauvignon, Merlot e uma boa gama de Sauvignon Blanc. Assim fica mais fácil agradar ao paladares estrangeiros.
- Siga a moda. Prestar atenção no que está acontecendo globalmente é uma solução para não errar. Uma tendência segundo o Conselho de Vinhos de Provença (CIVP, em francês) é que países como Austrália, Estados-Unidos e Rússia homens e mulheres estão consumindo a mesma quantidade de vinho rosé. Nos últimos 12 anos, o consumo global desse tipo de vinho aumentou 20%.
- Críticos internacionais alertavam que o Brasil devia investir em novidades para não perder mercado. Ofereça produtos inéditos. Roloff comenta que vinícolas nacionais estão produzindo vinhos alvarinhos – tipicamente vindos de Portugal e Espanha – de boa qualidade.