Alimentos com colágeno vêm ganhando espaço tanto nas prateleiras quanto na rotina de quem busca mais saúde e bem-estar com o passar dos anos. Se a dúvida é como repor colágeno de forma natural, a resposta está na combinação entre boas escolhas alimentares e a presença de bioativos capazes de estimular a produção dessa proteína tão importante para a firmeza da pele, das articulações e dos cabelos.
Com a alta na busca por alternativas para um envelhecimento saudável, cresce também o interesse por colágeno em alimentos funcionais, produtos alimentícios com colágeno adicionado e inovações no setor de nutricosméticos alimentares.
Neste guia, reunimos as principais fontes naturais, os benefícios à saúde e as tendências do mercado que colocam o colágeno como protagonista na alimentação.

Relacionado: Qual o melhor suplemento depois dos 50 anos? Saiba aqui!
Por que o colágeno é importante para a saúde?
O colágeno é uma proteína essencial encontrada em grande quantidade no corpo humano, responsável por proporcionar estrutura, força e elasticidade a tecidos como pele, ossos, cartilagem, tendões e ligamentos.
Ele constitui cerca de 30% das proteínas do corpo e é fundamental para a manutenção da integridade e elasticidade dos tecidos, auxiliando:
- Pele: mantem a pele firme e elástica, reduzindo o aparecimento de rugas e sinais de envelhecimento;
- Articulações e cartilagem: proporciona suporte estrutural, ajudando a amortecer as articulações e prevenir lesões;
- Ossos: contribui para a densidade e força óssea, essencial para prevenir osteoporose e fraturas;
- Tendões e ligamentos: fornece a resistência necessária para suportar movimentos e cargas;
- Cicatrização: facilita a reparação de tecidos, acelerando o processo de cicatrização de feridas;
- Cabelos e unhas: promove a saúde e o crescimento, tornando-os mais fortes e resistentes.
Conforme envelhecemos, o corpo diminui a produção natural de colágeno, por isso a suplementação é comum para manutenção da saúde dos tecidos.
Tendo em vista suas potencialidades, o colágeno tem se tornado cada vez mais popular na indústria de alimentos e bebidas.

30 alimentos com colágeno
O que comer para ter muito colágeno? Alguns alimentos ajudam a estimular a produção natural da proteína e complementam bem a suplementação alimentar com colágeno. Veja a seguir quais opções podem contribuir para manter bons níveis no organismo:
- Frango
- Peixe (especialmente com pele)
- Carne bovina
- Carne de porco
- Caldo de ossos
- Clara de ovo
- Ostras
- Sardinhas
- Atum
- Salmão

- Bacalhau
- Gelatina
- Abacate
- Nozes
- Sementes de chia
- Sementes de abóbora
- Castanha-do-pará
- Amêndoas
- Espinafre
- Couve
- Brócolis
- Bagas (como morangos, mirtilos)
- Cítricos (laranjas, limões, limas)
- Alho
- Pimentão vermelho
- Tomate
- Soja
- Feijão
- Chá-verde
- Aveia
Recomendado: Como as gorduras boas estão redefinindo o mercado de alimentos e bebidas?
Qual é o alimento mais rico em colágeno?
A carne vermelha é considerada o alimento mais rico em colágeno, principalmente por conter tecidos conjuntivos, como tendões e cartilagens. Seu consumo, aliado a uma boa digestão, favorece a presença de peptídeos de colágeno na dieta e contribui para a absorção de colágeno por meio da alimentação.
Qual é a fruta que tem bastante colágeno?
Frutas não contém colágeno em sua composição, já que essa proteína é exclusiva de tecidos animais. No entanto, algumas frutas são fontes valiosas de nutrientes que ajudam o corpo a produzir colágeno de forma natural.
É o caso do mamão papaia, uma fruta tropical rica em vitamina C, antioxidantes e enzimas como a papaína — combinação que favorece a absorção de colágeno por meio da alimentação e estimula sua síntese no organismo.

O mamão também auxilia na renovação celular, na cicatrização de feridas e no cuidado com a pele. Por isso, acaba aparecendo entre os alimentos com colágeno mais recomendados para quem busca um envelhecimento saudável, com benefícios para a elasticidade da pele e a saúde das articulações.
Recomendado: Em quais superalimentos a indústria de alimentos deve ficar de olho?
Exemplos de inovação na indústria de alimentos
A indústria de alimentos e bebidas se reinventa para se adaptar às demandas do mercado, em busca de mais saúde e bem-estar na rotina. A seguir, confira cases e novidades no setor.
Colágeno animal: integração da cadeia de produção para redução do desperdício
O colágeno animal é frequentemente derivado de subprodutos da indústria de carne. Projetos como Genu-in, empresa do Grupo JBS, têm desenvolvido métodos para extrair peptídeos de colágeno da pele bovina, garantindo a rastreabilidade desde a origem da matéria-prima. Esse processo permite controlar os tempos e tratamentos da pele bovina, otimizando a quebra enzimática do colágeno e melhorando sua absorção pelo corpo.
“A partir dos 25 anos, infelizmente, a gente começa a perder 1% do colágeno. Quando você passa a consumir o peptídeo de colágeno faz com que toda a produção de colágeno do seu corpo seja estimulada a produzir mais, mitigando os efeitos do envelhecimento”, explica Claudia Yamana, Diretora da Genu-in, em entrevista durante a FiSA 2023.
Ela complementa que os ganhos ao corpo vão além da aparência, pois a suplementação favorece atividades que, normalmente, são dificultadas devido à saúde prejudicada das cartilagens.
De acordo com Claudia, todo o processo realizado pela empresa, absorve 100% da matéria-prima animal gerada dentro da JBS, fator que viabiliza a estabilidade no fornecimento do produto e a qualidade oferecida: “Não é somente produzir peptídeo de colágeno, fazer a quebra da molécula nativa de colágeno, mas é fazer com que através da formação tecnológica, o seu corpo consiga absorver esses peptídeos”, pontua.
Recomendado: Alimentos prebióticos e probióticos: entenda as diferenças e benefícios
Colágeno vegetal plant-based e cruelty free para demanda vegana
Para aqueles que buscam opções veganas, o colágeno vegetal tem se mostrado uma alternativa promissora. Essa abordagem envolve a recriação da estrutura molecular do colágeno humano usando aminoácidos obtidos a partir da fermentação de cana-de-açúcar. O resultado é um produto que imita as características do colágeno tradicional, porém sem a presença de fontes animais.
Natália Zampieri, Gerente de Segmento Healthcare da Aunare, que também esteve na FiSA 2023, conta que testes clínicos, in vitro e em humanos, comprovam cientificamente a melhora na hidratação da pele, aumento no precursor de colágeno em 135%, vermelhidão, rugosidade e densidade da pele.
“Conseguimos trazer benefícios aos nossos clientes. Quando a gente fala em diferencial, comparado ao colágeno animal, bovino e marinho, ele não tem o gosto forte e o característico cheiro que a gente conhece no mercado”, acrescenta.
O colágeno vegetal comercializado pela Aunare, é aplicado em chocolate 70% vegano e também em sucos. Com extratos vegetais, está disponível em dois tipos de bebida: uma em proposta calmante com camomila e passiflora; e outro com proposta detox, um blend de spirulina, matcha e limão.
Além desses diferenciais, Natália destaca a dosagem: “Alguns produtos de origem animal, a gente fala de 5 a 10 gramas diárias, o nosso, falamos de 2,5 a 5 gramas diárias. Então, a gente tem uma diminuição no seu estoque”.
Recomendado: Alimentos funcionais: o que são, tipos e por que são importantes para indústria
Inovação sustentável na aquicultura
Devido ao aumento da procura por seus benefícios, o colágeno tem ganhado espaço também dentro da aquicultura, ainda que, na maioria das vezes, seja relacionada à pecuária. Um painel conduzido por especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na FiSA 2023, abordou as possibilidades mais sustentáveis para a produção e para o consumo.
Segundo Fabíola Fogaça, pesquisadora da Embrapa Agroindústria de Alimentos, para sua produção, aproveita-se o subproduto do pescado, como pele, escamas e espinhos. “Observamos um imenso potencial de negócio para o colágeno originário do pescado, mas o desafio está sendo o de conectar a aquicultura com a indústria de transformação.” Fernanda Procópio, pesquisadora da Embrapa Sudeste, explicou que o colágeno proveniente do pescado possui maior biodisponibilidade, sendo melhor absorvido pelo organismo.
O colágeno e suas vantagens também foi tema de palestra da empresa Rousselot durante a Fi South America, que tratou da aplicação dos peptídeos de colágeno para a saúde de ossos, pele, articulações e outros tecidos. “São produtos de fácil formulação, de fácil digestão e alta biodisponibilidade”, destacou Ana Cristina Faria, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Rousselot.
O colágeno na indústria de alimentos
A valorização dos alimentos com colágeno reflete uma mudança importante na forma como cuidamos da saúde. Mais do que estética, o colágeno está ligado à vitalidade das articulações, elasticidade da pele e resistência dos tecidos.
Com a crescente presença de colágeno em alimentos funcionais, snacks, bebidas e até produtos prontos com colágeno hidrolisado, o consumidor passa a ter mais opções acessíveis e práticas para incluir essa proteína na rotina.
O mercado segue aquecido, com inovação constante, ingredientes bioativos e foco na funcionalidade nutricional do colágeno. Estar atento a essas transformações é essencial tanto para profissionais da área quanto para quem busca envelhecer com mais saúde.
Participe da FiSA e descubra o futuro dos alimentos com colágeno
A Food ingredients South America (FiSA) é a principal feira de ingredientes da América Latina e, em 2025, traz discussões de alto nível sobre o papel das proteínas na alimentação.
Entre os destaques do Summit Future of Nutrition, tradicional congresso da FiSA, está a palestra “O protagonismo da proteína: da nutrição à inovação funcional”, que conecta diretamente com o avanço dos alimentos com colágeno e suas aplicações em produtos saudáveis, práticos e bioativos.
O evento acontece de 26 a 28 de agosto, no São Paulo Expo – SP, e reúne especialistas, marcas e soluções que estão moldando o futuro da alimentação funcional. Saiba mais e garanta seu ingresso!