Nos últimos anos, um grupo formado por pequenas e médias empresas está investindo no crescente segmento de produtos premium como ferramenta de competição no acirrado mercado de bebidas. A razão é simples: essa variedade de produtos mais sofisticados – junto a investimentos na cadeia produtiva – colaboraram no aumento das vendas do setor, que cresceram proporcionalmente mais do que o PIB (Produto Interno bruto) brasileiro entre 2005 e 2011. É o que indica o estudo “O setor de bebidas no Brasil” publicado em 2014 pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).
Adjetivo frequentemente associado ao luxo e a produtos de qualidade superior, o termo premium é listado junto com as embalagens como “valorização de atributos intangíveis”, algo que não pode ser mensurado, mas que cria oportunidades. Por isso, requer atenção especial do especialista que fará a identidade de sua bebida. Se você está pensando em lançar um produto novo nesta linha, fique atento ao que observar para uma embalagem que valorize os atributos de seu novo produto.
Menos é mais
O professor de design de produto e responsável pelo curso de extensão em Design de Embalagem no IED São Paulo (Instituto Europeo di Design), Leonardo Boulos, ensina que quando uma marca se posiciona nesta categoria ela geralmente adota um visual mais sereno e sóbrio, com acabamentos mais elaborados. Nessa hora, é preciso ter em mente o que é o seu produto, quais seus atributos, e que mensagem ele quer passar.
“No ocidente, o design limpo é visto como premium, já para o oriente, especificamente na China, o conceito de luxo está relacionado à acabamento tridimensional, excesso de brilho e luzes”
Conheça seu público
“Não existe fórmula mágica para a embalagem de um produto emplacar como premium”, enfatiza o design estratégico da Casa Rex, Cristiano Vinciprova Machado. Segundo ele, é preciso muita sensibilidade para compreender os valores e expectativas do público de cada segmento: seja bebida alcoólica ou refrigerante. Aqui também vale um bom briefing. Quem fará a embalagem, precisa saber, muito claramente, o perfil do público consumidor. Portanto, não economize informação.
Contexto cultural
Tendo uma boa ideia sobre o produto e seu público-alvo, é hora de fechar a tríade e ser preciso no contexto, considerando o País, o mercado e a cultural local. Tudo isso terá influência direta em como o consumidor irá perceber o produto, observando o universo em que ele está inserido”, diz Boulos. Isso depende muito da necessidade do projeto (posicionamento do produto e marca) além de códigos visuais específicos de cada categoria.
Como curiosidade, o especialista diz que no ocidente, o design limpo é visto como premium, já para o oriente, especificamente na China, o conceito de luxo está relacionado à acabamento tridimensional, excesso de brilho e luzes. Talvez pela proximidade geográfica, luminosidade também é luxo na Rússia. Isso é só uma amostra como são conceitos e percepções altamente sugestivas ao mercado, contexto cultural e público-alvo que varia, e muito, sobretudo, em âmbito mundial.