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Produção de ingredientes naturais é tema do segundo dia do Summit Future of Nutrition

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Regulação e entendimento da dinâmica econômica são alguns dos desafios que ainda precisam ser superados por quem investe em produtos com ingredientes naturais

Em seu segundo dia, o Summit Future of Nutrition, congresso de inovação para o segmento de ingredientes alimentícios, que acontece na Food ingredients South America (FiSA) até amanhã, dia 10 de agosto, reuniu especialistas para debater o tema Natural Ingredients: Orgânicos, Naturais e Veganos.

O primeiro painel que deu início a uma série de palestras e discussões sobre inovação e sustentabilidade abordou como o setor de alimentos pode acelerar o desenvolvimento da bioeconomia.

Um dos palestrantes, Keyvan Macedo, diretor de Sustentabilidade da Natura&Co, uma das primeiras empresas brasileiras a explorar os ativos da Amazônia de maneira sustentável em sua linha de cosméticos Ekos, contou sobre como a empresa atua para integrar sustentabilidade e inovação. 

“Quando uma empresa trabalha com uma cadeia de fornecimento em uma região remota, a relação de confiança com a comunidade é fundamental”, disse ele. Para fortalecer as relações com a comunidade, a empresa criou uma área na fábrica de Benevides, no Pará, focada no relacionamento com os produtores locais. 

Nesse painel comentou-se ainda sobre o papel das startups na inovação e, principalmente, a importância da regulação para essas empresas. “As startups são o berço da inovação, mas o sistema regulatório atual cria travas que dificultam o crescimento dessas empresas. A regulação deve incentivar a inovação, e não dificultar sua atuação”, comentou Marcos Pupin, diretor de Assuntos Regulatórios da Associação Brasileira de Bioinovação (ABBI).

Como uma maneira de reduzir os impactos da falta de uma regulamentação específica, Pupin citou o uso do Sandbox Regulatório, um ambiente regulatório experimental, criado com a finalidade de suspender temporariamente a obrigatoriedade de cumprimento de normas exigidas para atuação em determinados setores, permitindo que empresas possam usufruir de um regime diferenciado para lançar novos produtos e serviços inovadores no mercado, com menos burocracia e mais flexibilidade, mas com o monitoramento e a orientação dos órgãos reguladores. “Muitas start-ups que atuam na área alimentícia, desenvolvendo produtos novos que não se enquadrem nas regras atuais, podem fazer do Sandbox.” 

Outro tema debatido neste painel foi o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para as empresas que estão inovando na área de produção de ingredientes. Julio Salarini Guiomar, gerente do Departamento de Meio Ambiente da instituição, disse que o papel do banco atualmente não é apenas de captar recursos, mas de agir como articulador junto aos players do mercado, atraindo atores e investimentos. 

“Mas ainda é preciso entendermos a dinâmica de negócios na bioeconomia, que funciona em um ritmo diferente da economia tradicional que estamos acostumados. O desafio é entender a melhor dinâmica e como implementá-la no desenvolvimento de novos negócios”, explicou Guiomar.

Abastecimento responsável

Criada em 2018, em uma joint venture entre o Grupo Centroflora, empresa brasileira que atua na produção e comercialização de ativos farmacêuticos naturais, e a Givaudan, empresa suíça focada na produção de aromas e fragrâncias, a Brazbio é uma empresa especializada no desenvolvimento e gestão de cadeias de abastecimento sustentável de ingredientes naturais que trouxe para o Summit deste ano um pouco de sua experiência nesse tema.

Priscylla Moro, gerente geral da Brazbio, explicou que o abastecimento responsável compreende ser social e ambientalmente responsável em uma cadeia de produção, o que traz benefícios para a indústria e para a comunidade. “No abastecimento responsável, a indústria tem a garantia da entrega da matéria-prima na quantidade e na qualidade esperada, e a comunidade tem a garantia da venda do produto.”

Na apresentação de Priscylla, mais uma vez a palavra confiança foi destacada. Segundo ela, quando uma empresa decide fazer parte dessa cadeia de produção, ela precisa ter claras as bases que nortearão essa relação, inclusive como entrar e sair da cadeia de maneira sustentável. “Criar um vínculo de confiança com a comunidade é fundamental para que tenhamos uma relação de longo prazo.”

Upcycling: quantos produtos rende uma planta nativa?

O upcycling, ou reaproveitamento, em português, é um dos pilares do movimento economia circular, que preconiza um desenvolvimento sustentável fazendo o melhor uso possível dos recursos naturais. Quando aplicados à indústria de alimentos, esses conceitos podem trazer ganhos muito significativos.

Uma das experiências trazidas no segundo dia do Summit foi a de Ariana Maia, sócia-fundadora da Inovamate, que tem como uma das frentes o upcycling da erva-mate, cuja folha possui mais de 230 compostos fitoquímico e potencial para o desenvolvimento de diversos outros produtos. Atualmente, a empresa está finalizando um de seus projetos: a formulação de uma bebida não alcoólica de erva-mate, utilizando-se da pesquisa e tecnologia, unindo natureza e ciência e indo além do que é oferecido atualmente no mercado, tendo em vista as amplas possibilidades de aproveitamento desta planta.

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Outra experiência trazida foi da Elixir Foods, dirigida por Gustavo Rocha, que explora o potencial do mel de cacau, um subproduto do cacau rico em antioxidantes e com potencial anti-inflamatório como ingrediente na fabricação de alimentos doces.

O desafio para o uso adequado desse ingrediente, segundo Rocha, foi desenvolver uma solução que mantivesse o produto estabilizado, pois normalmente, em menos de 24 horas após o processamento, os antioxidantes encontrados no mel de cacau se degradam significativamente.

Também esteve presente no painel Luciana Fontinelle, especialista em Ciência e Tecnologia do The Good Food Institute Brasil, que promove o mercado de proteína alternativa. Luciana contou sobre o Programa Biomas, que financia pesquisas voltadas a transformar espécies nativas da Amazônia e do Cerrado em ingredientes para o mercado plant-based com foco no aproveitamento de resíduos. “No futuro, a palavra resíduos deve desaparecer, pois o alimento deverá ser aproveitado em sua totalidade”, disse Luciana.

Preocupação com a segurança e qualidade do produto

O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), trouxe para o Summit a experiência de três pequenos produtores que estão gerando valor aos seus negócios com o apoio da instituição. São empresas que estão investindo em produtos regionais e que já começam a exportar seus produtos, como a Liovitta, que desenvolveu um suco de açaí e guaraná em pó; a Mel de Melato da Bracatinga, cujo mel tem maior teor de minerais e menos açúcar, sendo considerado um anti-inflamatório e antioxidante natural; e a Cooperaçafrão, Cooperativa dos Produtores de Açafrão de Mara Rosa (GO).

Um tema importante, que não ficou de fora dos debates, foi a qualidade e segurança nos ingredientes naturais. Em sua palestra, Cristina Pascual, especialista em Tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), comentou sobre a necessidade de realização dos testes de estabilidade oxidativa no baru, uma castanha ainda pouco conhecida no Brasil e que é bastante perecível.

“Precisamos criar boas práticas de fabricação e melhorias no beneficiamento desse produto para que ele seja mais acessível ao consumidor, trazendo diversos benefícios à saúde.” O baru possui propriedades antioxidantes e é uma fonte de vitamina E, zinco, ferro, potássio, cálcio, fósforo, magnésio e ácidos graxos.

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Serviço

Data: 8 a 10 de agosto de 2023
Horário: terça à quinta-feira das 9h às 14h
Local: São Paulo Expo + Plataforma Digital FiSA Xperience

Promoção e Organização: Informa Markets Brasil

 

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