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A valorização da culinária local no food service: como os restaurantes resgatam e promovem a gastronomia tradicional de determinadas regiões do país

Article-A valorização da culinária local no food service: como os restaurantes resgatam e promovem a gastronomia tradicional de determinadas regiões do país

Valorização da culinária local: feijoada servida dentro de um bowl de cerâmica marrom.
A valorização da culinária local é um movimento de resgate da gastronomia típica de diferentes regiões brasileiras; veja como os restaurantes estão incorporando a culinária regional em seus cardápios e conceitos.

O Brasil é reconhecido mundialmente por oferecer experiências gastronômicas que demonstram a rica diversidade da fauna e flora nacionais. 

Se antes, os brasileiros estavam mais interessados em consumir gastronomia internacional, especialmente a europeia, com destaque para a culinária francesa e italiana, o cenário hoje é diferente.

Atualmente, a tendência que precisa ser atendida pelo food service é o interesse pelo consumo e valorização da culinária local. É o que indica pesquisa do Instituto Ipsos e DataFolha, em que 83% dos respondentes afirmam consumir pratos típicos de seus estados.

Acompanhe como o setor de alimentação fora do lar reagiu a essa mudança de comportamento dos brasileiros, desde a escolha no aplicativo de delivery até a visita em bares e restaurantes.

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Gastronomia tradicional: patrimônio histórico e cultural

Danilo Mansano, diretor executivo da 99Food, empresa que encomendou a pesquisa do Instituto Ipsos e DataFolha, está atento aos números da pesquisa e afirma que “há uma tendência e um novo comportamento do consumidor a partir desses dados”.

50% dos entrevistados afirmaram que entre os últimos dez pedidos realizados nos restaurantes, a comida típica brasileira é a mais escolhida.

Além de proporcionar momentos saborosos e nutritivos, a gastronomia é considerada um Patrimônio Cultural de natureza imaterial, conforme definido pelo Art. 216 da Constituição Federal, que reconhece os bens imateriais:

“Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: 

I - as formas de expressão; 

II - os modos de criar, fazer e viver; 

III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; 

IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; 

V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.”

Portanto, os saberes e fazeres gastronômicos se encaixam como uma forma de identificação e reconhecimento cultural, pois contam a história de determinado lugar. 

Quando isso é levado para mais pessoas, é uma forma de promover e valorizar as tradições culinárias locais.

Turismo gastronômico

O turismo gastronômico é uma modalidade em que a comida é um dos principais motivadores para criar o roteiro de viagem. Além de conhecer o novo local pelos pontos turísticos, a ideia é que a alimentação típica da região crie as experiências e memórias da viagem.

Assim, é possível dizer que se trata de uma ferramenta aliada à valorização da culinária local. As redes sociais impulsionam essa visão entre diferentes perfis de turistas graças aos profissionais que, em seus perfis, produzem conteúdos com análises dos estabelecimentos food service que visitam. 

Os vídeos e postagens aguçam, nos usuários, o desejo de conhecer comidas diferentes, enquanto realiza um tour pelo lugar.

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Valorização da culinária local: resgate das receitas típicas

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Nesse sentido, é possível notar que empreendedores do food service perceberam a oportunidade de mercado e passaram a investir em restaurantes em que a culinária local é valorizada, e se torna a protagonista do cardápio.

A mudança conceitual não começa no prato que aparece no menu. Para entregar uma experiência completa da gastronomia escolhida, há um processo de pesquisa e resgate das receitas tradicionais, incluindo técnicas locais e ingredientes regionais.

Pratos tradicionais mais consumidos 

Na pesquisa do Instituto Ipsos e DataFolha, os três principais pratos tradicionais lembrados e mais consumidos pelos brasileiros foram o churrasco, a feijoada e o cuscuz.

O interesse varia por região, mas a receita mais escolhida a nível total Brasil foi a feijoada. O cuscuz foi a que apareceu como protagonista em diferentes refeições do dia, como café da manhã, almoço ou jantar, a depender do tipo de acompanhamento.

Food Service e a adaptação da culinária regional

 feijão tropeiro servido em uma panela de cerâmica preta.

Nem todos os ingredientes de receitas típicas são de fácil acesso ou distribuídos para atender às demandas do food service.

Pratos regionais do Norte podem exigir adaptações ao serem comercializados em restaurantes na região Sudeste, por exemplo. Há também um cuidado no armazenamento e transporte dos refrigerados (peixes e carnes típicas), principalmente pela longa distância entre o local de origem e o ponto de venda.

A discussão sobre a autenticidade dos pratos aparece com bastante força neste momento. Afinal, quais os limites para a adaptação? 

Os restaurantes devem ter sensibilidade entre a linha da criatividade e do respeito à receita tradicional. A valorização da culinária local também envolve novas versões e possibilidades do prato, desde que respeitem a história e cultura regional.

Um ótimo exemplo de como as adaptações podem ser respeitosas e manter a valorização da culinária local são as opções de pratos para dietas restritas: versões sem proteína animal, sem glúten ou lactose.

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Parcerias com produtores locais e comunidade contribuem para a valorização da culinária local

Diferente da alimentação “de massa”, a culinária local oferece uma conexão ainda maior com a comunidade local: produtores e promotores da identidade regional por meio da culinária.

Isso acontece por meio do processo de compra e distribuição de ingredientes típicos que costumam ser produzidos em menor escala e podem ser comprados diretamente por quem os produziu.

Esse movimento proporciona mais consciência e sustentabilidade, além de garantir um impacto positivo para pequenos produtores, sem que esses sejam desvalorizados ou fiquem de fora da cadeia de produção da culinária local.

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