A eficiência energética na indústria alimentícia deixou de ser apenas uma meta de sustentabilidade e passou a ser uma exigência estratégica para reduzir gastos, otimizar recursos e manter a competitividade.
Segundo o Balanço Energético Nacional 2024, o setor industrial de alimentos foi responsável por 36,4% do consumo total de energia do país, o que evidencia a importância de rever práticas e incorporar tecnologias mais limpas e inteligentes.
Em um cenário cada vez mais pressionado por eficiência e sustentabilidade, repensar o uso da energia é parte essencial da gestão energética industrial. Vamos explorar os benefícios da eficiência energética, como melhorar os indicadores no chão de fábrica, e quais exemplos práticos vêm se destacando em processos produtivos sustentáveis, uso de energia renovável na produção de alimentos e tecnologias de economia de energia.

Relacionado: Soluções para gestão de energia na indústria de alimentos e bebidas [Ebook]
O que é eficiência energética na indústria alimentícia?
A eficiência energética na indústria alimentícia refere-se ao uso inteligente da energia ao longo de todos os processos produtivos do setor de alimentos e bebidas. Significa produzir mais com menos — consumindo menos energia elétrica e térmica, sem comprometer a produtividade, a segurança dos alimentos ou a qualidade final dos produtos.
Essa prática envolve o monitoramento constante do consumo, a adoção de tecnologias de economia de energia e o redesenho de etapas produtivas para evitar desperdícios.
Com uma gestão energética industrial bem estruturada, é possível identificar gargalos, antecipar falhas, ajustar o funcionamento de equipamentos e adotar energia limpa no setor alimentício, com foco na eficiência e na sustentabilidade.
Relacionado: Sustentabilidade na indústria de alimentos e bebidas é assunto ‘pra ontem’
Benefícios da eficiência energética na indústria alimentícia
Adotar medidas de eficiência energética na indústria alimentícia traz ganhos em diversas frentes. O primeiro e mais evidente é a redução do consumo, que reflete diretamente no custo energético na indústria alimentícia, um dos principais fatores de impacto no orçamento industrial.
Outro benefício é o avanço em sustentabilidade na indústria de alimentos. A otimização do uso de recursos, combinada com o uso de energia renovável na produção de alimentos, fortalece a imagem da empresa e melhora sua reputação junto a consumidores e investidores.
Além disso, estar alinhado às melhores práticas de processos produtivos sustentáveis ajuda a garantir conformidade com normas ambientais e metas de descarbonização, cada vez mais exigidas por órgãos reguladores e pelo próprio mercado.
Relacionado: Uso de dados e realidade aumentada na manutenção de máquinas na indústria de alimentos e bebidas
Como melhorar a eficiência energética na indústria alimentícia
Diagnóstico de eficiência energética
Ferramentas como o serviço gratuito do Sebrae e Grupo Eneergia ajudam empreendedores a identificar desperdícios e oportunidades. A análise da fatura de energia gera um relatório inicial com possíveis ajustes. Com a visita técnica, é feito um diagnóstico detalhado, comparando os equipamentos com os mais eficientes do mercado.
Sistemas de automação e controle
A automação permite monitorar o consumo em tempo real, ajustando o funcionamento de máquinas conforme a demanda e evitando sobrecargas ou uso desnecessário de energia.
Iluminação eficiente
A troca de lâmpadas tradicionais por modelos LED e o uso de sensores de presença reduzem significativamente o consumo, principalmente em ambientes amplos ou de operação contínua.

Isolamento térmico e reaproveitamento de calor
Investir em isolamento térmico de equipamentos e estruturas, como câmaras frigoríficas, e reaproveitar o calor gerado em processos contribui para reduzir perdas e aumentar a eficiência energética.

Uso de energia renovável na produção de alimentos
Adotar energia renovável na produção de alimentos é uma das estratégias mais eficazes para melhorar a eficiência energética na indústria alimentícia, reduzir custos operacionais e fortalecer a sustentabilidade das operações. Fontes como solar, biomassa e biogás têm se mostrado viáveis e cada vez mais acessíveis. Veja a seguir.
Energia solar
Utiliza painéis fotovoltaicos para converter a luz do sol em eletricidade. É ideal para instalações com alta demanda energética durante o dia. Segundo a pesquisa “Pulso dos Pequenos Negócios”, 14% das empresas do setor já utilizam energia solar em suas operações.

Biomassa
Proveniente da queima de resíduos orgânicos, como cascas, bagaços e restos vegetais. É uma alternativa renovável com alto poder calorífico, muito usada para gerar calor ou vapor em processos térmicos da indústria de alimentos.
Biogás
Produzido a partir da decomposição de resíduos orgânicos em biodigestores, o biogás pode ser utilizado tanto para geração de energia elétrica quanto para aquecimento. É uma solução interessante para empresas com alto volume de resíduos agroindustriais.
A incorporação dessas fontes reforça a sustentabilidade na indústria de alimentos e contribui para a redução do impacto ambiental no setor.
Relacionado: Como equilibrar os impactos ambientais da indústria de alimentos com o Código Florestal brasileiro?
Exemplo de empresa que reduziu o consumo energético
A eficiência energética na indústria alimentícia também passa por decisões estratégicas sobre a matriz energética.
Um exemplo relevante é o da M. Dias Branco, uma das maiores indústrias de alimentos do Brasil. A empresa adotou energia eólica em sua operação por meio de um acordo comercial com um parque eólico, o que gerou resultados expressivos logo no primeiro ano.
Segundo Fabio Marinho, especialista de Suprimentos da companhia, “já no ano do início do acordo comercial com o parque eólico, alcançamos um resultado acumulado de 32,6% de energia renovável em nossa matriz energética.”
A iniciativa reforça o compromisso da marca com a sustentabilidade na indústria de alimentos e evidencia o potencial da energia limpa no setor alimentício para impulsionar a economia e o desempenho ambiental.
Relacionado: Sustentabilidade na prática: cases PepsiCo, Kellanova, Mars e Naveia
Por que investir em eficiência energética agora?
A eficiência energética na indústria alimentícia passou de tendência a necessidade estratégica. Com a alta nos custos e a instabilidade no fornecimento de energia, adotar uma gestão proativa e investir em soluções inteligentes tornou-se vital para a competitividade.
Como afirma Lara Vieira, CPO e sócia do Grupo Eneergia, “não adianta o preço da energia cair se a empresa seguir gastando mal.” A declaração reforça que apenas buscar tarifas mais baixas não é suficiente — é fundamental revisar o consumo, modernizar equipamentos e aplicar tecnologias de economia de energia alinhadas às melhores práticas do setor.
A diversificação de fontes, como energia solar e o mercado livre, somada à geração própria e à automação, pode reduzir o custo energético na indústria alimentícia e tornar as operações mais sustentáveis, eficientes e preparadas para os desafios futuros.
Relacionado: Gêmeos digitais: como a indústria de alimentos pode utilizá-los
Participe da Fispal Tecnologia e descubra soluções em eficiência energética para a indústria alimentícia
A Fispal Tecnologia 2025 é o maior evento da América Latina voltado à inovação em processos, equipamentos e sustentabilidade para a indústria de alimentos e bebidas. Entre os temas em destaque está a eficiência energética na indústria alimentícia, com cases, soluções e tecnologias que reduzem custos e aumentam a competitividade.
Participe do Congresso Fispal Tec, principal atração do evento, que reúne os principais líderes e especialistas do setor, proporcionando um palco de debates e soluções para os desafios contemporâneos da indústria alimentícia.
No dia 24 de junho acontece o painel “Gestão e Eficiência Energética na Indústria Alimentícia”, com participação de Juliana Abreu, Gerente de Sustentabilidade Brasil da Unilever; Gustavo Calegari, Diretor de Soluções de Excelência Operacional da Falconi; Marlon Dal conte, Diretor Executivo de Engenharia da JBS – Seara; e João Carlos de Abreu Guimarães, VP Comercial do Grupo Delta.
A Fispal Tecnologia acontece de 24 a 27 de junho de 2025, no São Paulo Expo – SP. Garanta seu ingresso e fique por dentro das principais tendências do setor.
Leia mais:
- Do público certo à operação eficiente: o caminho para lucrar mais no food service
- Como experiências virtuais de compra influenciam as embalagens
- Tendências do mercado de food service para 2025 [Ebook]
- Momentos de crise são ótimas oportunidades de inovação e criatividade
- Retrospectiva 2018: Confira as mais lidas na Fispal Food Digital
- Veto a adoçantes: Anvisa sinaliza que deve acatar orientação da OMS