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Mercado de carne suína: O que mudou nos últimos anos?

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Nos últimos anos, o interesse do brasileiro por carne suína só cresceu. Veja então como está o mercado de carne suína e quais as expectativas futuras.

A carne de porco é a proteína animal mais consumida em todo o mundo, com 43% de participação entre todas as carnes. Em contraste com o cenário mundial, no Brasil o mercado de carne suína ainda tem muito a crescer, já que o consumo nacional desta proteína representa apenas 15% em comparação com a bovina (40%) e aves (45%).

Porém, mesmo com participação ainda discreta, suas vendas têm tido um bom crescimento no Brasil, tanto que o consumo atual gira em torno de 15,9 kg per capita, ante os 12 kg per capita registrados no início do século.

Esses números no consumo mostram que o setor cresceu de forma significativa nos últimos 15 anos, como mostrou um levantamento intitulado “Carne suína: atual visão do consumidor”, divulgado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), em parceria com o Sebrae.

Histórico do mercado de carne suína no Brasil: uma transformação e aumento do consumo

Nos últimos anos, o grande impulso do mercado de carne suína no Brasil veio principalmente em razão do aumento do consumo desta carne no Brasil, como explica Marcelo Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS):

Depois de muitos anos com consumo per capita girando ao redor de 12kg, em 2010 ultrapassamos os 14kg por habitante por ano. Em 2015 chegamos ao valor histórico de 15,2kg, vencendo a barreira dos 15kg”.

Lopes explica também que entre 2016 e 2017, houve um recuo, com o consumo per capita oscilando entre 14,4 e 14,7 kg. “Este recuo está muito relacionado com a crise econômica em que o país mergulhou, assim como ocorreu com praticamente todos os setores”, diz o presidente da ABCS.

O primeiro recorde da década foi batido em 2018, com 15,9 kg e, conforme dados preliminares de abate do IBGE, em 2019, finalmente ultrapassamos a barreira dos 16 kg per capita ano.

Daqui a 10 anos poderemos produzir mais de 60% do volume atual

Fazer projeções para o longo prazo é sempre complicado, principalmente em razão de questões imprevisíveis (caso do recente caso de Peste Suína Africana na China) que podem mudar a dinâmica mundial do mercado de carnes.

Apesar disso, o presidente da ABCS diz que se olharmos para o passado recente a suinocultura brasileira, certamente tem havido um crescimento bastante expressivo nos últimos anos.

Para se ter uma ideia, de 2015 para 2019, houve um crescimento ao redor de 20% na produção de carne suína (dados do IBGE), enquanto o frango cresceu 2.7% e a carne bovina 9.5% no mesmo período. Esperamos que para 2020 algo próximo a 5% de crescimento na produção”, diz Lopes.

Esse grande crescimento salientado pelo especialista é, em parte, puxado pelas exportações que bateram recorde em 2019, que devem continuar crescendo este ano. Porém, as exportações representam menos de 16% da produção total, ou seja, o mercado de carne suína doméstico é, e continuará sendo, por muito tempo o grande demandante da carne suína brasileira.

Assim, a continuar neste ritmo de crescimento, a expectativa da ABCS para daqui a dez anos é produzir mais de 60% do volume atual, fazendo o mercado de carne suína atingir resultados expressivos.

As principais razões que levam a este otimismo em termos de crescimento são, no curto prazo e médio prazos:

  • Grande demanda mundial, especialmente da China;
  • Provável retomada do crescimento da economia brasileira; e
  • Inflação da carne bovina que acaba tornando a carne suína bem mais competitiva na gôndola do supermercado.

Muitas oportunidades serão abertas com o crescimento do mercado de carne suína

Com o crescimento da população e o aumento de renda, é natural que ocorra um consumo maior de proteínas, que tem na carne suína uma opção bastante vantajosa em razão do seu bom preço e qualidade nutricional. Assim, muitas são as oportunidades que se abrem ao mercado de carne suína no Brasil, tais como:

  • Formatos de embalagens menores, com carnes já porcionadas e dentro das expectativas de compra do consumidor;
  • Demanda bastante forte pelo produto in natura, com o consumidor procurando produtos de qualidade e mais fortes em saudabilidade;
  • Aumento da demanda por cortes premium e cortes para churrasco. “Estes são cortes com marmoreio mais presente e com um pouco mais de altura”, diz Lopes.
  • Tecnologia da atmosfera modificada em embalagens, caracterizada por manter a coloração do produto, além de aumentar o shelf life. “Essa tecnologia é uma novidade no Brasil e precisa ser implantada pela indústria”, complementa Lopes.

Para que estas oportunidades e tendências se confirmem, Marcelo Lopes diz que muito já tem sido feito pela ABCS. “A ABCS e suas filiadas tem trabalhado firme em termos de desmistificação e quebra de preconceitos junto ao consumidor e também na qualificação e parcerias com o varejo, buscando oferecer cortes mais práticos e atrativos”.

Por outro lado, por se tratar de uma cadeia de produção longa, de ciclo demorado, o crescimento, segundo o presidente da ABCS, deve se dar de forma constante, sem saltos. “Assim não teremos descompasso entre oferta e demanda, o que pode determinar crises no setor produtivo”, finaliza.

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