Os pets têm entrado na rotina de cada vez mais famílias. E nada mais natural que passar a absorver também os melhores hábitos, como, por exemplo, o consumo de sobremesas. Nesse caso, é preciso haver todo um cuidado na hora de oferecer o alimento para o animal, que tem restrições a alguns tipos de açúcares.
Pensando nisso, a indústria de alimentos já apresenta ao mercado sorvetes para pets, que, inclusive, podem ser consumidos também por seus tutores. A Duas Rodas é uma das empresas que têm trabalhado com ingredientes de gelado para pets. A empresa lançou cinco bases prontas para fazer a produção dos gelados com combustíveis para pets. Algumas delas são morango, chocolate, acessíveis ao paladar dos humanos, além do peculiar sabor de pé de galinha.
“Como é que essas bases funcionam? Água com uma determinada quantidade da base, bate e está pronto. A água e a base. Dois ingredientes”, detalhou Pedro Figueirêdo, assistente técnico comercial na Duas Rodas em sua palestra no Gelado Experience, durante a Fispal Sorvetes 2025.
A empresa troca a sacarose, que não faz bem para os animais, pela frutose, aceita pelo organismo dos pets. Além disso, a base do sorvete para pet possui maltodextrina, que é um açúcar de baixo poder dulcificante e com mais fibras. Também aceito pelo organismo de cachorros, gatos e outros animais domésticos.
Outros ingredientes são estabilizante e alfarroba. Este último substitui o cacau. “A alfarroba é a planta prima do cacau, que entrega sabor semelhante, porém, mais suave”, explica Figueirêdo durante o Gelado Experience, espaço voltado para demonstrações durante a Fispal Sorvetes.
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O representante da Duas Rodas explica também que é possível que a produção seja feita em casa para consumo dos animais em casa, sem comercialização. Nesses casos um mixer pode ser suficiente, funcionando como liquidificador. A cada 310 gramas de base é acrescido 1 litro de água.
Para produções maiores, mixers de até 15 litros são suficientes, mas é preciso lembrar de bater como liquidificador. Nas produções domésticas, depois de batido, levar ao congelador. Já nas fábricas, a produtora faz o final do trabalho.
Contudo, para a produção doméstica é necessário lembrar que os animais se sentem mais confortáveis consumindo o produto cremoso, e não sólido.
Inclusão dos pets na rotina de consumo dos tutores
Outra empresa que tem trabalhado com sorvetes para pets é a Cuor Di Crema, que oferece sabor que combina água de coco, manga, maçã e banana. A ideia das duas marcas é oferecer experiências semelhantes para pets e seus tutores. Antes de oferecer sorvete para os pets, a Cuor Di Crema já os havia inserido na rotina das lojas físicas.
“A ideia veio para oferecer ao nosso público o conforto de frequentarem as lojas a qualquer momento, até mesmo quando saem para passear com os pets. Seja na loja física, em Moema, ou nos shoppings. Todas as unidades da Cuor di Crema são pet friendly”, diz a Cuor Di Crema.
A empresa comercializa o produto desde o fim de 2023. Ao longo de um ano, ele representa 8% do faturamento total da marca, “mas, conforme torna-se conhecido pelo público, a expectativa é aumentar ainda mais”, diz a companhia em comunicado.
Leia mais: Como vender sorvetes: 9 estratégias que funcionam para impulsionar seus lucros: Sorvete para pet: veja os ingredientes indicadosPesquisa e desenvolvimento
No caso da Duas Rodas, o projeto saiu do papel pelas mãos de parte de uma equipe de 200 pessoas da área de Pesquisa e Desenvolvimento da companhia, que fica em Jaraguá do Sul, em Santa Catarina.
Marco Henriques, gerente de Marketing da Duas Rodas, diz que o desenvolvimento do produto levou em conta o gosto dos pets, por isso, foram incluídos sabores como carne e galinha. Mas, produtos para pets precisam agradar em primeira instância os tutores.
“Tem que ter características para agradar o dono. E o dono, normalmente, imagina muito a alimentação do pet com uma alimentação parecida com a dele”, detalha Henriques. Por isso, textura e alguns sabores precisavam se assemelhar ao sorvete tradicional.
Quem regula?
Os ingredientes são todos aprovados para uso animal. E quem autoriza o uso é o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), que cumpre para pets o mesmo papel da Anvisa quando o assunto é alimentação de pessoas.
A decisão sobre como produzir gelado para animais de forma comercial será da representação estadual do MAPA. E as decisões podem variar a depender da região. Algumas representações exigem que os equipamentos utilizados para gelados e sorvetes vendidos para bichos de estimação não sejam os mesmos que serão usados para produção de alimentos humanos e que as produções para pets e humanos estejam em localidades separadas, ainda que dentro da mesma planta.
Quanto às exigências, é preciso registro de licenciamento, assim como o produto voltado para humanos, se a ideia for comercializar. Além disso, a rotulagem também é preciso respeitar as exigências quanto à rotulagem dedicadas produtos pet no geral.
Mercado global e local
O mercado global de alimentos e snacks para pets soma US$ 100 bilhões, com um crescimento da demanda por produtos premium e saudáveis, segundo dados utilizados pela Duas Rodas.
No Brasil, ainda há um espaço considerável para aumentar as vendas. O mercado de alimentação pet no Brasil representa menos de 5% do faturamento global.
A próxima edição da Fispal Food Service e Fispal Sorvetes acontecerá de 26 a 29 de maio de 2026, com ainda mais oportunidades para quem vive o food service. Acompanhe as novidades da feira em www.fispalfoodservice.com.br.
Para mais informações e pesquisas sobre o setor de sorvetes, acompanhe o Food Connection!
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