Em 2018, ampliando a série histórica
dos balanços anuais do setor, a Associação Brasileira da Indústria do Trigo
(Abitrigo) pesquisou a taxa de extração de farinha de 160 moinhos, dos quais
145 moinhos de trigo prestaram informações. A média nacional foi de 75,9%. Este
é o volume de farinha obtida do total de trigo processado. O melhor resultado
verificou-se no Centro-Oeste/Minas Gerais/Rio de Janeiro/Espírito Santo
(77,6%). Seguem-se, Norte/Nordeste (77%), Paraná (76,4%), São Paulo (76,3%) e
Santa Catarina/Rio Grande do Sul (74,9%).

O bom resultado da extração é fruto, além do know how dos moageiros, à sua postura de não reduzir investimentos em tecnologia e inovação, mesmo no cenário de estagnação do consumo brasileiro de farinha de trigo (pouco mais de 44 quilos per capita/ano) e da produção. O mesmo se aplica à decisão das empresas na preservação dos empregos, mantendo estáveis os seus quadros e talentos. Inegavelmente, profissionais capacitados e conhecedores profundos da atividade de moagem são fundamentais para a constante melhoria da produtividade, ao lado de máquinas e equipamentos de ponta. Assim, os moinhos estão prontos para atender, com alta qualidade e sem pressão sobre os preços, à demanda advinda do presumível crescimento da economia, pois sua capacidade ociosa está em torno de 25%.

Apesar da produtividade já alcançada, a
Abitrigo segue dedicada à promoção de mais melhorias. Nesse sentido, incluiu no
projeto da Política Nacional do Trigo, já entregue ao novo governo, alguns
itens relativos ao fomento tecnológico. Um deles refere-se à desoneração de
impostos para importação de máquinas, equipamentos e material de consumo
destinado ao desenvolvimento de P&D por parte da iniciativa privada e setor
público.



Outra proposta é eliminar os entraves,
lentidão e exigências descabidas hoje enfrentados nos processos de intercâmbio
técnico-científico com entidades internacionais. Além disso, por sua
importância e diversidade, a cadeia produtiva do trigo pode ser incluída como
um dos setores prioritários da Finep (Financiadora de Inovação e Pesquisa) e
Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), abrangendo
diversificados projetos, incluindo a eficiência e qualidade da moagem.

Em várias frentes, a indústria moageira busca, de modo permanente, modernização, eficiência e qualidade. Afinal, excelência e oferta adequada à demanda são compromissos fundamentais de um setor responsável por um produto presente em cem por cento dos lares brasileiros.

* Por Dr. Rubens Barbosa, presidente-executivo da Abitrigo – Associação Brasileira da Indústria do Trigo.