*Por Kerley Torres, diretora e coordenadora Cotar da ABRASORVETE
A busca incessante por eficiência e responsabilidade ambiental tem guiado a indústria de sorvetes a um caminho promissor: a adoção da energia solar. Em um setor intrinsecamente ligado à manutenção da cadeia do frio – um processo de alto consumo energético –, a fonte renovável surge como uma solução inteligente para otimizar custos e minimizar o impacto no planeta.
Observamos com entusiasmo o crescente interesse das empresas do setor pela energia fotovoltaica. A acessibilidade, impulsionada pela queda nos preços e pelas linhas de financiamento facilitadas por bancos e cartões de crédito, democratizou o acesso a essa tecnologia. Hoje, desde microempresas, como charmosas sorveterias e açaíterias, até grandes indústrias, todas vislumbram a viabilidade de incorporar a energia solar em suas operações.
Essa democratização se traduz em diversas formas de adesão: desde a instalação de painéis solares nos telhados das fábricas e câmaras frias, até a participação em modelos de geração compartilhada, como as usinas solares. A facilidade no acesso ao crédito impulsiona essa transição, tornando o investimento inicial mais palatável para empresas de todos os portes.
No cenário nacional, meu estado, o Ceará, se destaca de maneira singular. Sua privilegiada irradiação solar, com um período chuvoso restrito a apenas três meses do ano, configura um ambiente ideal para a geração de energia fotovoltaica. Como já pontuei, o Ceará não apenas produz essa energia limpa em abundância, mas também se estabelece como um importante polo de distribuição.
A relevância do Ceará para o setor de sorvetes é ainda mais evidente quando consideramos que ele também abriga grandes indústrias de sorvetes do país. Essas empresas, juntamente com outros players menores do mercado local, têm enxergado na energia solar uma estratégia inteligente para reduzir significativamente os custos com eletricidade, um componente expressivo nas despesas de produção e armazenamento de nossos produtos.
Sem falar que a adoção da energia solar vai além da economia financeira. Ela agrega valor à imagem das empresas, posicionando-as como agentes ativos na busca por um futuro mais sustentável. Em um mercado onde a consciência ambiental do consumidor cresce exponencialmente, essa postura pode se traduzir em um importante diferencial competitivo, atraindo aqueles que valorizam empresas alinhadas com seus princípios.
Embora o caminho para uma matriz energética totalmente renovável ainda apresente desafios, como o investimento inicial e as adaptações necessárias nas instalações, o futuro da indústria de sorvetes aponta para a crescente integração da energia solar. A combinação de redução de custos, facilidade de financiamento e a crescente demanda por práticas sustentáveis já começam a pavimentar uma estrada doce e ensolarada para o nosso setor.