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Carnes: novas tecnologias em embalagens incluem frigoríficos na economia circular

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Inovações ajudam os frigoríficos a aprofundar mudanças rumo a uma economia mais sustentável

A indústria de carnes procura maneiras de atender cada vez mais às demandas por sustentabilidade sem deixar de manter a eficiência que a caracteriza fortemente nas últimas décadas. E as preocupações ao longo da cadeia envolvem também o uso e descarte de embalagens.

Ao mesmo tempo que usa embalagens para proteger o alimento do ataque de microrganismos, a indústria precisa proteger o meio ambiente dessas embalagens. E a tecnologia tem apresentado ao setor maneiras eficientes de atender a essas duas demandas.

“A tecnologia empregada nas embalagens nunca foi tão importante para a indústria alimentícia. Ela tem sido um recurso fundamental para avançar e atender as expectativas de consumo das novas gerações - tanto dos millennials, quanto da geração Z”, diz Fábio Melo, diretor de Marketing da Sealed Air, empresa responsável por embalagens de produtos perecíveis ou frágeis.

Revolução da indústria

O consumo de carne foi revolucionado pela evolução das embalagens. Alguns anos atrás, era comum adquirir peças de carnes de três a quatro quilos, o que mudou drasticamente com a alteração da rotina das pessoas e exigiu novas soluções. “Hoje, os novos consumidores preferem comprar carnes em menor quantidade, visando mais praticidade e menos desperdício”, acrescenta Melo. Para isso, as embalagens precisaram ser aperfeiçoadas.

Nesse cenário, podemos destacar os sistemas a vácuo, que representam uma das soluções capazes de manter todas as propriedades do produto e garantir vida útil por até 90 dias para cortes refrigerados. “São sistemas tão inovadores que aumentam a vida útil da carne bovina e ainda possibilitam a maturação da carne, elevando sua maciez e sua suculência, uma vez que tais embalagens evitam a fuga de líquidos”, afirma Melo.

O representante da Sealed Air diz que as soluções de mercado hoje são capazes de produzir embalagens que diminuem as perdas de carne por avaria em até 24%, e estendendo a validade do produto em 44%. “Sabemos que as carnes que estão expostas sem embalagens nos açougues perdem umidade e peso. Isso não é interessante para ninguém: nem para o consumidor, nem para os supermercadistas. Afinal, os açougues localizados dentro dos supermercados possuem peso importante no faturamento”, diz Melo.

Embalagens inovadoras e seus méritos

As inovações em embalagens voltadas para a proteção de carnes são variadas e podem ampliar não só a durabilidade do produto como evitar problemas relacionados ao descarte de material poluidor. Fiorella Dantas, pesquisadora do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) e especialista em embalagens, destaca alguns pontos que mais têm evoluído no segmento de embalagens para carnes.

O primeiro deles são as barreiras internas e externas utilizadas para a conservação de propriedades sensoriais. Em seguida, a hermeticidade das embalagens, que evoluiu bastante, como também destacou Melo, da Sealed. Essa hermeticidade permite embalar porções menores e aumentar a proteção contra a contaminação.

Fiorella também ressalta como grandes atributos das novas embalagens para carnes a resistência química para minimizar interação com o produto, além da resistência mecânica, que permite bom desempenho no ambiente de produção, durante o transporte e, por fim, na etapa de comercialização.

“Essas funções primárias devem sempre pautar as tendências e os novos desenvolvimentos de embalagens para carnes. Mas, no mercado altamente competitivo que temos atualmente, devem ser levados em consideração ainda os aspectos relacionados às tendências atuais de consumo, especialmente conveniência, saudabilidade, personalização, experiência, funcionalidade e sustentabilidade”, diz Fiorella.

Redução do material virgem

Um desafio para que a sustentabilidade entre nessa lista é a restrição que boa parte das indústrias de carnes têm com relação ao uso de materiais recicláveis, apelando, na maior parte das vezes, para embalagens virgens, o que aumenta sobremaneira a produção de resíduos e, por consequência, a poluição. 

A pesquisadora do ITAL diz que é necessário “que as empresas garantam a qualidade e a segurança dos produtos” ao mesmo tempo que reduzem “o uso de materiais virgens, em cumprimento às metas de sustentabilidade, o que inclui a adoção do conceito de economia circular”, reforça.

A Evertis, empresa de embalagem que tem como principal mercado os produtos de origem animal, incluindo carnes e queijos, tem trabalhado para emplacar junto às grandes indústrias os materiais reciclados. E a empresa garante que a própria indústria de carnes tem demandado embalagens sustentáveis para que passem a se adequar às novas exigências, afirmou um representante da empresa durante a TecnoCarne 2022.

Para emplacar a embalagem reciclada, a Evertis está fazendo um trabalho de substituição do material usado em seus produtos, que, anteriormente eram quase exclusivamente feitos com diferentes tipos de plástico, entre eles, pet e polietileno. Essa combinação de diferentes materiais dificulta muito a reciclagem.

A empresa aposta agora em materiais chamados de “monorresina”, compostos entre 90% e 100% de pet normal e PET modificada. “Nossos clientes são grandes indústrias e têm uma expectativa muito positiva com relação a essa mudança, porque também é preocupação deles reduzir o uso de material virgem. A gente está atendendo uma demanda de mercado”, diz o representante da Evertis.

As novas embalagens podem facilitar a inserção da indústria de carnes na economia circular, algo antes praticamente inviável pela restrição que a própria indústria impunha aos materiais recicláveis, mas que passa a ser uma realidade para intensificar a entrada do produtor na economia sustentável.

 

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