As tendências de bebidas energéticas refletem um mercado em plena transformação. O que antes era associado apenas a esportes radicais ou longas jornadas de trabalho, hoje se expande para novos públicos e novos propósitos — saúde, foco, bem-estar e desempenho físico.
Esse avanço tem sido impulsionado por uma demanda crescente por inovação em bebidas energéticas, com fórmulas mais limpas, ingredientes naturais, menos açúcar e uma pegada mais consciente.
Com o aumento da concorrência global e o olhar cada vez mais exigente do consumidor, marcas tradicionais e emergentes vêm disputando espaço com novos sabores de energéticos, versões plant-based, bebidas funcionais e misturas tropicais.
Neste cenário, entender o que está moldando o crescimento do mercado de energéticos é essencial para empresas que querem acompanhar o ritmo da mudança — ou liderá-la.
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O setor de bebidas energéticas deixou de ser uma categoria de nicho para se consolidar como um dos segmentos mais dinâmicos da indústria de bebidas.
Segundo a MRFR, o mercado global foi avaliado em 63,87 bilhões de dólares em 2023 e deve alcançar 100 bilhões de dólares até 2035, com crescimento médio anual (CAGR) de 3,8% entre 2025 e 2035.
Esse avanço é impulsionado por mudanças no comportamento do consumidor, que hoje busca mais do que apenas energia: deseja foco, funcionalidade e ingredientes mais naturais.
No Brasil, o cenário também é promissor. A expectativa é que o crescimento do mercado de energéticos nacional siga em ritmo sólido, com um CAGR de 4,85% entre 2022 e 2027, de acordo com a Mordor Intelligence.
Empresas como Red Bull, Monster, Ambev e Grupo Petrópolis lideram a categoria, mas novas marcas vêm ganhando espaço ao apostar em inovação em bebidas energéticas, com foco em ingredientes funcionais, apelo natural e consumo equilibrado.
Grande parte desse crescimento vem de públicos jovens, conectados e em busca de desempenho. Adolescentes, jovens adultos e atletas formam os principais grupos consumidores, mas há uma clara expansão do consumo para novos contextos.
O estudo da MRFR mostra que 62% dos consumidores buscam bebidas energéticas que melhorem o foco e a cognição, enquanto 38% praticam atividades físicas regularmente, favorecendo produtos pré-treino e com adaptógenos.
O consumo diário e o crescimento do varejo online também vêm impulsionando essa transformação — com 43% dos consumidores comprando energéticos pela internet.
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As tendências de bebidas energéticas refletem um novo tipo de consumidor — mais informado, seletivo e atento ao impacto do que consome. Para esse público, energia por si só não basta. As escolhas agora envolvem benefícios funcionais, rótulos limpos e equilíbrio entre desempenho físico e bem-estar.
A busca por energéticos com foco em bem-estar e menos aditivos levou a uma virada na formulação de produtos. De acordo com especialistas em desenvolvimento de alimentos, reduzir o açúcar sem comprometer o sabor é um dos maiores desafios da indústria, mas também uma prioridade diante da demanda crescente por bebidas energéticas sem açúcar.
O consumidor moderno quer energia estável e prolongada — com menos picos glicêmicos e mais ingredientes de origem natural, como cafeína natural, guaraná, chá verde e maca peruana.
Além da saúde, o comportamento de compra também passa por critérios de sustentabilidade e propósito. A preferência por bebidas energéticas sustentáveis vem crescendo, exigindo da indústria atitudes mais conscientes em toda a cadeia — da origem dos ingredientes às embalagens.
Marcas que atendem às novas preferências do consumidor moderno saem na frente ao alinhar inovação, funcionalidade e responsabilidade socioambiental.
Tendências de bebidas energéticas
Quando falamos em tendências de bebidas energéticas, o mercado está se reinventando: surgem formatos mais saudáveis, sem aditivos artificiais, com apelo natural e funcional. Acompanhe os principais movimentos e marcas que estão definindo o rumo do setor.
Energéticos à base de plantas e orgânicos
O Organique, produzido no Brasil, se destaca pelo uso de ingredientes orgânicos, oferecendo um produto livre de agrotóxicos e aditivos artificiais. O sabor Açaí, Guaraná e Erva Mate tem a versão sem açúcar.

A marca de produtos orgânicos Wewi também é uma opção de energético natural e orgânico certificado no mercado nacional, feita com extrato de guaraná orgânico e cafeína natural. Também disponível na versão zero açúcar.

Produtos como o OCA, originário da Guatemala e comercializado também nos EUA, apostam na energia da tapioca (da raiz de mandioca) combinada a cafeína natural.
Com sabores como Berry Açaí, Manga e Guava Passion Fruit, são 100% veganos, orgânicos, sem glúten e com apenas 60 kcal por lata. Referência em bem-estar e clean label, essa linha valoriza componentes à base de plantas.

Energéticos naturais sem corantes ou conservantes artificiais
Marcas como Lotus Plant Power oferecem bebidas com blend Plant Power Seven — sete plantas adaptogênicas, frutas funcionais, cafeína natural de grãos de café e vitaminas B. Disponível em versões com e sem açúcar, também priorizam ingredientes transparentes, sem corantes ou conservantes artificiais.

Seguindo essa tendência, a Aztro chega no mercado nacional com o energético 100% saudável e zero açúcar, desenvolvido para entregar energia com cafeína natural, vitaminas e sem aditivos artificiais.
A bebida apresenta três sabores — manga, pêssego e frutas vermelhas — com foco no público gamer, um dos maiores consumidores da categoria.

Energéticos com menos ou zero açúcar
O movimento em direção ao consumo consciente de energéticos tem pressionado as grandes marcas a reformular suas estratégias. Red Bull e Monster, líderes globais do setor, passaram a apostar com mais força em bebidas energéticas sem açúcar, atendendo ao consumidor que busca energia sem abrir mão da saúde.
A Red Bull lançou a linha Red Bull Zero e a versão Sugar Free, ambas sem adição de açúcares e adoçadas com sucralose e acessulfame-K. Além da cafeína, que contribui para maior foco e estado de alerta, a linha Zero conta ainda com vitaminas do complexo B que ajudam a redução do cansaço e da fadiga, e taurina, fundamental para o equilíbrio celular.

A Monster também reformulou sua atuação no mercado. A marca lançou a linha Monster Energy Zero Sugar. A bebida mantém os principais ingredientes do original — como cafeína, taurina, ginseng e vitaminas do complexo B — mas sem adição de açúcares, utilizando adoçantes para preservar o sabor marcante e levemente cítrico.

Energéticos com misturas tropicais e frutadas
Monster e Red Bull também investiram em linhas como Monster Ultra Mango Fiesta e Red Bull Tropical Edition, adaptando-se ao consumidor consciente e preferências por bebidas energéticas sem açúcar. Um movimento que combina foco em performance física, saudabilidade e adaptação às expectativas do consumidor moderno.
Relacionado: Cerveja com proteína: a nova tendência do mercado de bebidas funcionais: Tendências para o mercado de energéticos na indústria de bebidasA evolução das bebidas energéticas não está apenas na lata, mas no que ela representa: um novo estilo de vida, mais equilibrado, mais conectado ao corpo e ao meio ambiente.
As marcas que combinam funcionalidade nas bebidas, sabor, transparência e responsabilidade têm mais chances de conquistar um consumidor que não quer apenas energia, mas energia com propósito. E quem estiver atento a essas transformações, certamente terá vantagem competitiva no que vem pela frente.