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Fispal Tecnologia

Women's Breakfast: Executivas escanteiam formalidade com papo leve sobre assuntos sérios

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Primeiro café da manhã só de mulheres promoveu discussões sobre temas diversos do universo empresarial com empatia, seriedade e leveza

A primeira edição do Women's Networking Breakfast proporcionou uma manhã de muita troca de experiências para as mais de 70 mulheres que estiveram na atração realizada no segundo dia da Fispal Tecnologia e da TecnoCarne. O que era para ser uma rodada de painéis e palestras, virou uma roda de conversa sobre temas relacionados às tecnologias e inovações da indústria de alimentos e bebidas.

A formalidade ficou de lado e cedeu espaço para um bate-papo leve e inspirador sobre variados temas. Equidade de gênero, liderança feminina, diversidade, inclusão e sustentabilidade foram alguns dos assuntos abordados durante a manhã acolhedora e formada 100% por mulheres, das palestrantes às organizadoras, passando pela equipe de som e fotografia. 

Meio ambiente em foco

Durante o primeiro painel do dia, intitulado “Construindo uma cultura sustentável na indústria com equidade e inclusão”, Livia Montemor, especialista de marketing digital, mídia e planejamento, compartilhou sua experiência no mercado publicitário e relembrou o desafio que viveu em uma antiga empresa quando precisou criar a campanha de uma versão ecologicamente correta de um sabão para lavar roupas.

Segundo a vivência da especialista, informar ao público sobre sustentabilidade era difícil porque as pessoas, até mesmo dentro da agência, não estavam familiarizadas com conceitos que fazem parte deste universo. “Então o letramento é muito importante. Mostrar a relevância e mostrar que não é gastar com isso, é investir nissso”, frisou durante o painel mediado por Eliana Cassandre, co-fundadora do movimento Uma Sobe e Puxa a Outra.

No caso dos clientes que consomem o futuro burguer, produto que está sob o guarda-chuva de Mari Tunis, diretora de marketing da Fazenda Futuro, o entendimento de que a alternativa é menos poluente já faz parte dos seus consumidores. Ainda assim, não dá para ficar parado sem olhar o que já é feito e aprimorar o que existe. 

É por isso que a carne à base de plantas lançada em 2019 com a versão 1.0 hoje está na atualização 3.0 e à caminho da 4.0. “A gente já evoluiu dentro do próprio produto porque a tecnologia e a matéria prima vão evoluindo de uma forma muito rápida”, explicou. 

Carolina Falcoski, gerente de inovação aberta da Nestlé, ainda acrescentou um aspecto importante para essas respostas rápidas por parte da indústria para desenvolver soluções: “Hoje a gente tem um retorno do consumidor mais rápido, o acesso aos dados faz com que a gente tenha mais sensibilidade e consiga pivotar”. 

De todo modo, um aspecto é a palavra-chave na indústria, e não pode sair do foco quando o assunto é sustentabilidade. “A inovação. Esse é o segredo”, disse a engenheira de alimentos Eloísa Garcia, diretora geral da ITAL. Como especialista em embalagens, ela ainda destacou que esses itens também merecem um olhar especial. Caso contrário, de nada adianta a inovação ao longo da cadeia se há desperdício e prejuízo no final.

Mais mulheres no topo

Durante o café da manhã, Helen Andrade, Head de diversidade e inclusão da Nestlé, contribuiu com uma reflexão de impacto ao frisar que são as mulheres quem detém mais de 80% das decisões de compra no Brasil e que elas são a maioria no país, correspondendo a 52% da população. Dessa forma, colocar mulheres em posições de liderança estratégica não é nada além de inteligência corporativa.

“Ter mulheres em posições de liderança não é uma questão de ser assistencialista ou de ser bonzinho. É fazer o que é correto. E, segundo, é fazer a sustentabilidade do negócio. Se elas decidem, se elas compram, se elas são a maioria da população do Brasil, não seria inteligente que elas estivessem lá decidindo a estratégia da companhia? Discutindo os produtos, pensando em inovação?”, provocou.

É por isso que, segundo Araceli Silveira, VP Latam na Informa Markets, discussões como as apresentadas no café da manhã têm papel tão fundamental para a construção da equidade de gênero nas empresas. Iniciativas como o Women's Networking Breakfast ajudam a tratar de assuntos que poderiam passar batido, fixar conceitos e propor soluções de forma coletiva. 

“A gente entende que através dos nossos eventos, através dos nossos conteúdos, nós podemos contar belas histórias, contar histórias que não são tão belas assim, mas que são importantes de serem contadas, e promover o diálogo”, defendeu Araceli.

Negócio humanizado

Além dos painéis, em duas oportunidades do café da manhã, as experiências dos negócios liderados por mulheres foram compartilhadas através de histórias inspiradoras. A primeira a subir ao palco foi Rose Graffin, CEO da Serac Holding. 

A brasileira, que já morou na França e hoje vive nos Estados Unidos, falou da sua luta inicial como imigrante, o percalço que teve de enfrentar para se comunicar em diferentes idiomas, e foi até desafios mais recentes, como o de assumir a empresa após a morte do marido.

“Eu cheguei nessa cadeira por mérito meu, porque eu estava aberta para aprender. Desde então, mantenho o foco no que eu acredito: transparência, respeito e porta aberta. Eu tô sempre aberta a escutar qualquer pessoa e se eu não souber, peço ajuda”, contou. 

Ao fim da manhã, Silvana Abramovay, sócia do Amor aos Pedaços, também deu uma aula de como é gerir uma empresa criada há 40 anos que soube se reinventar tantas vezes. A empresária afirmou que recalcular a rota é imprescindível para o ofício de empreender. E isso ocorreu diversas vezes, desde quando faltaram produtos e novos doces acabaram sendo criados para suprir a demanda a situações mais estruturais.

Não à toa, a rede estava atenta às tendências e soube implementar, ainda que com resistência dos franqueados, os serviços de entrega por aplicativo um ano antes de a pandemia da covid-19 ser decretada. “A gente teve muitas barreiras para alinhar, só que a gente alinhou um ano antes”, compartilhou.

Cumplicidade

Apesar da densidade de todos os temas tratados pela manhã, houve espaço para que as mulheres falassem sobre suas questões no mercado de trabalho do ponto de vista mais pessoal e humanizado. Lívia, por exemplo, relembrou um episódio em que decidiu mudar de empresa para trabalhar com uma mulher que sempre admirou. 

Acontece que, quando foi perguntada sobre qual era a sua maior prioridade e respondeu que era o seu filho, perdeu a oferta. O resultado foi um desemprego temporário, mas também o ensinamento de que nenhum trabalho poderia estar acima de sua maior prioridade. Sendo assim, uma empresa que não entende esse valor individual, não merecia sua atenção. “Foi um livramento”, constatou a mãe do Pedro.

No caminho contrário, Araceli, então, afirmou que é uma VP que costuma acolher e celebrar a notícia da gestação de suas parceiras de trabalho. “Quando me contam eu fico muito feliz. A maternidade faz parte do ser mulher e não pode ser um problema”, frisou a representante da Informa Markets.

Padaria Escola Tiãozinho

Toda a discussão realizada no Women's Networking Breakfast ainda promoveu uma aplicação positiva prática na vida de outras mulheres, já que o valor arrecadado com as inscrições da experiência foi integralmente revertido para a Padaria Escola Tiãozinho. A instituição sediada em São Paulo e apoiada pela Safrater, oferece capacitação, qualificação profissional e geração de renda à população de comunidades.

Andreia Rodrigues de Almeida, 52 anos, por exemplo, fez aulas na padaria escola e conseguiu ajudar nos negócios da filha, a nutricionista Camila Rodrigues, de 30 anos. A profissional de saúde começou a passar aperto durante a pandemia e decidiu criar uma marca de cookies para vender em plataformas digitais. Com a profissionalização da mãe, ambas passaram a trabalhar juntas no bairro do Jabaquara, onde moram. “Deu certo porque eu fiz o curso de salgados, o de geleia, o de bolo caseiro, o de pizza e o de pães. Com um cardápio grande, a gente passou a vender mais”, explicou.

Outra aluna, Marta Alves, de 59 anos, trabalha como costureira voluntária dos bonecos do Tiãozinho no instituto. Como já era rosto conhecido na casa, foi convidada a fazer o curso e a desenvolver novas habilidades. “Me aperfeiçoei e hoje faço salgados, geléias e bolos caseiros. Geleia eu gosto muito de fazer, e é bom porque agrada muito o público. Os homens adoram”, contou. Além delas, a aposentada Maria de Fátima dos Santos, 65 anos, estiveram presentes no café da manhã e deixaram a pausa entre palestras muito mais doce com a entrega de sonhos de creme recheados.      

 

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