Shaiane Lovison, diretora de transformação cultural Latam da The Coca-Cola Company, dividiu insights sobre como a cultura do cuidado pode impulsionar resultados empresariais em um cenário de rápida transformação tecnológica, durante sua participação no Congresso Fispal Tec.
“Os líderes não cuidam de resultados. Eles cuidam de pessoas e as pessoas cuidam dos resultados”, destacou Shaiane, citando o pensador Simon Sinek. Esta filosofia fundamenta a abordagem da Coca-Cola Latam, onde o cuidado com as pessoas não é visto como custo, mas como estratégia competitiva.
A executiva, que atua há 17 anos na empresa, enfatizou como o trabalho evoluiu de um modelo linear e menos complexo para um ambiente altamente tecnológico e dinâmico. “Neste contexto, acomodar as pessoas e suas necessidades tornou-se um desafio crítico para as organizações”, disse.
Confira os destaques da palestra “De pessoas a resultados: a cultura do cuidado como motor da estratégia, inovação e produtividade”, na Fispal Tecnologia 2025.
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Dados do Ministério da Previdência Social, citados por Shaiane, revelam um aumento significativo nos afastamentos relacionados ao trabalho, principalmente devido ao estresse e à pressão. Este cenário evidencia a urgência de uma mudança no olhar sobre o cuidado no ambiente profissional.
Na Coca-Cola, a estratégia de negócio está estruturada em três grandes pilares: pessoas, processos e infraestrutura. Dentro do pilar de pessoas, foi desenvolvido o programa “Segurança Baseada em Pessoas”, que integra:
- Internalização do conceito de desempenho humano e organizacional.
- Aprendizado operacional contínuo.
- Criação de um ambiente de segurança psicológica.
- Desenvolvimento de liderança intencional, ativa e presente.
- Implementação de rotinas e rituais consistentes.
Na sequência, a executiva apresentou evidências de que empresas com programas bem estruturados de cuidado com os colaboradores obtêm:
- Redução significativa do turnover voluntário;
- Vantagem competitiva comprovada;
- Aumento do desempenho estratégico;
- Impacto financeiro positivo;
- Impulso à inovação através da inteligência coletiva.
O binômio homem-máquina
Outro ponto abordado pela executiva foi a necessidade de entender como funciona a interação entre pessoas e tecnologia, especialmente em ambientes industriais de alta tecnologia. “Precisamos aprender a falhar com segurança, de maneira que, quando o processo falhar, independentemente do motivo, ele não cause nenhum dano físico às pessoas nas operações”, explicou.
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A executiva destacou que muitos líderes são promovidos por excelência técnica, mas não estão preparados para lidar com pessoas. “A liderança no fim do dia é quem comanda, quem organiza aquela música que está sendo tocada, como as pessoas vão dançar em torno daquela música”, ilustrou.
Shaiane concluiu sua apresentação reforçando que, apesar da aceleração tecnológica irreversível, as pessoas não desaparecerão do processo produtivo. “Precisamos entender qual é o caminho para fazer essa combinação de maneira que a tecnologia e as pessoas cocriem e convivam no mesmo espaço de trabalho, mantendo esse ambiente saudável, um lugar onde as pessoas querem estar e não adoeçam pelo trabalho.”
