O dia 23 de setembro é celebrado como Dia do Sorvete no Brasil e marca o início da primavera, apesar de, neste ano, o calor já ter antecipado, na prática, o fim do inverno ao longo das últimas duas semanas. Nesse cenário, a indústria de sorvetes espera aquecer as vendas nos próximos meses ao refrescar os consumidores.
Para se preparar para a época mais quente do ano, o Food Connection e a Duas Rodas apresentam alguns insights para os empreendedores do ramo de sorvetes e sobremesas geladas no geral, com dados validados pelo ecossistema Planta de inovação, criado pela Duas Rodas, e apresentados durante o Gelado Xperience, da Fispal Sorvetes. Assista a palestra completa na Plataforma Fispal Food Digital.
Consolidação
O Brasil é o 11º maior produtor e 10º maior consumidor de sorvete no mundo. “Esse número se consolidou nos últimos anos. Olha o quanto temos para explorar em termos de formato, sabores, janelas”, diz Diego Ravel, coordenador de Inovação da Duas Rodas, em apresentação durante o Gelado Xperience.
Estima-se que 15% da população brasileira consuma sorvete durante o inverno. “Pode ser um número para trabalhar, com as empresas pensando estratégias para aumentar o consumo nesse período, que pode, sim, crescer”, avalia Ravel.
Mas as empresas do setor não precisam esperar até o próximo inverno para testar novas soluções. A época mais quente do ano, que se aproxima, é ideal para testar inovações, não só em termos de sabores, mas de apresentação.
Além de impulsionar as vendas durante o inverno e o outono, a junção do sorvete a outros ingredientes ou pratos pode ampliar as vendas durante a alta temporada também, levando em conta que ainda existe um percentual elevado de potenciais consumidores que não foram contemplados pelas estratégias de marketing e vendas do varejo.
Relacionado: Sorvetes: como aumentar o consumo em diferentes classes sociais
Participação dos pequenos no mercado
Além disso, de acordo com o IBGE, mais de 1,5 bilhão de litros de sorvete foram consumidos no Brasil nos últimos 4 anos, o que aponta o tamanho do mercado, ocupado basicamente por 92% de micro e pequenas empresas e que movimenta de 100 mil empregos diretos e 200 mil indiretos no país.
Quem mais consome sorvete é a geração Z (8 a 23 anos), com 31%, seguido pela geração Y (41 a 29 anos), que tem 20% consumindo o produto. “Quase 90% desse grupo pensam em doces e sobremesas pelo menos uma vez por dia”, diz o representante da Duas Rodas.
Isso mostra que o trabalho de convencimento já está feito, mas talvez falte uma aproximação entre consumidor e indústria nos momentos mais apropriados para o consumo. O delivery, que apareceu com força durante a pandemia, pode ajudar.
Há também a possibilidade de comprar pela internet para pegar pessoalmente. O empresário Tiago Silva, da Boto Gelato, em Santarém (PA), por exemplo, transformou a sua gelateria em drive thru.
“Eu pesquisei muito sobre esse modelo e não encontrei nenhuma gelateria nesse formato. Ao menos no Brasil, nós fomos os primeiros a investir em uma gelateria drive thru”, conta Silva. “Foi uma ideia ousada, mas fez muito sucesso. Fazia fila de carros na porta”, acrescenta sobre o período de pandemia.
Formas e sabores
Segundo o Ibope, cerca de 82% dos brasileiros associam sorvete a bem-estar, ou seja, relacionam o produto à indulgência. Isso revela em que momento o consumo tende a subir: em ocasiões de lazer e experiências coletivas, como refeições em família, passeios, entre outros.
Segundo Diego Ravel, da Duas Rodas, cerca de 70% dos brasileiros consomem picolés. Apesar disso, todas as gerações indicam o sorvete cremoso como o favorito, o que aponta para uma discrepância entre o que o consumidor deseja e o que ele consome de fato.
Já com relação a sabores, há a proliferação de uma vasta variedade de novas opções, que podem ajudar a aumentar as vendas. Porém, os brasileiros seguem bem simpáticos aos sabores tradicionais, talvez por questão de preço.
Segundo Ibope e Nielsen, baunilha representa cerca de 40% do mercado de sorvete no Brasil. A Abimel diz que o morango e o chocolate são outros dos sabores preferidos, com cada um tendo a preferência de 13% dos consumidores.
Relacionado: Sorvetes: Para atrair público, marcas apostam em diferentes formas de servir
Outras conclusões e insights do estudo da Duas Rodas
- Apesar de ser o picolé ser o mais consumido, os cremosos são os preferidos entre todas as gerações
- Sorvetes são considerados sobremesa e indulgência, e, em geral, consumidos depois de refeições
- Sorvete está associado ao domingo, o que mostra que há um vasto espaço para crescer ao longo de toda a semana
- Sustentabilidade ainda não vende sorvete, mas isso pode vir a acontecer no futuro
- As gerações mais jovens possuem um interesse real pela sustentabilidade do sorvete de consomem
- O preço do sorvete é importante, principalmente para gerações mais velhas. As mais jovens que possuem renda maior, topam pagar um pouco mais para ter uma sensação mais aprazível
LEIA MAIS
- [Ebook] Fispal Sorvetes: soluções em ingredientes, equipamentos e processos
- Indústria de sorvete: guia completo sobre o mercado da sobremesa gelada
- Produção de sorvete: os desafios para indústrias brasileiras
- Máquinas e automação para indústria de sorvetes
- Sorvetes e sobremesas geladas: como aumentar as vendas no food service