A Minerva Foods tem colhido resultados financeiros bons a partir de sua estratégia de eficiência energética. Em entrevista exclusiva ao CanalEnergia, o gerente executivo de energia da companhia, Felipe Gatti, revelou como a transição para fontes renováveis tem impactado positivamente os custos operacionais e a competitividade da empresa.
“A migração das unidades de produção da Minerva Foods no Brasil para ambiente de contratação livre possibilitou ganhos relevantes em termos de previsibilidade e controle de custos”, afirma Gatti. Segundo o executivo, no cenário atual, a companhia consegue aproveitar a redução dos custos de energia frente ao aumento dos encargos tarifários no ambiente regulado.
E esta economia não é apenas pontual, mas estrutural. “A transição energética impactou positivamente a cadeia produtiva da Minerva Foods, desde a migração ao mercado livre, que possibilitou ganhos em termos de previsibilidade e controle de custos nos últimos anos”, explicou o gerente.
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Desafios
Sobre os desafios encontrados ao longo do caminho, Gatti destacou que no início da atuação, eles buscaram padronizar os indicadores de eficiência energética das unidades de negócio da Minerva Foods, por meio da coleta e análise dos dados de consumo e dos custos operacionais de energia, tanto no Brasil quanto no exterior.
A partir desse mapeamento, a companhia identificou as melhores oportunidades de negócio para reduzir custos e garantir a contratação de energia renovável para o abastecimento das plantas no Brasil. Em um segundo momento, eles atuaram na integração das novas unidades, como as adquiridas no final de 2023, aplicando os conceitos de eficiência e mitigação de custos.
“Esse processo demandou um trabalho intenso e a colaboração das equipes da Minerva Foods, mas conseguimos superar os desafios por meio do fortalecimento da governança climática e de investimentos crescentes em tecnologia e qualificação técnica. Como resultado, destaco que essas melhorias contínuas elevaram nossos índices de eficiência energética, e recebemos novamente o selo de energia renovável pelo quinto ano consecutivo” – Felipe Gatti, gerente executivo de energia da Minerva Foods.
Métricas de eficiência
Um dos diferenciais da estratégia da Minerva Foods é o monitoramento constante de indicadores de eficiência. “Métricas como intensidade energética, intensidade de emissão e custo por GJ são monitoradas regularmente”, detalhou Gatti. Esses dados são acompanhados em conjunto com indicadores financeiros, como margem operacional e retorno sobre ativos.
O executivo destacou que ainda existe uma correlação mensurável entre o uso de energia renovável e o desempenho financeiro da empresa. “O uso de energia renovável na Minerva Foods está diretamente ligado à redução da intensidade das emissões de GEE e estabilidade nos custos”, afirmou.
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Inovações tecnológicas
Além da migração para o mercado livre e da aquisição de certificados de energia renovável, a Minerva Foods implementou tecnologias específicas para reduzir o consumo energético em suas unidades. “Implementamos nas unidades produtivas tecnologias de recuperação de calor para a geração de vapor e utilização no aquecimento de água”, explicou Gatti.
O executivo também mencionou investimentos em equipamentos mais eficientes e na migração de plataformas de gestão de emissões para ferramentas especializadas que permitem atualização contínua dos projetos e maior precisão no monitoramento climático.
Autoprodução como próximo passo
Um marco importante na jornada da companhia foi a criação da Minerva Energy, subsidiária que atua como comercializadora de energia no mercado livre brasileiro. “A Minerva Energy representa um marco na consolidação estratégica de eficiência energética na Minerva Foods”, destacou o executivo.
Recentemente, a subsidiária viabilizou, junto à Minerva Foods e à Elera, o projeto de autoprodução “Irapuru II”, um parque de geração de energia fotovoltaica instalado em Janaúba (MG), destinado ao abastecimento das unidades da empresa.
“Nossa participação no parque fotovoltaico ‘Irapuru II’ criou oportunidades de mitigar ainda mais os custos de contratação de energia renovável, por meio da geração própria para consumo das unidades no Brasil, o que trará benefícios adicionais no médio e longo prazo”, destacou Gatti.
A empresa também estuda a viabilidade de implantação de sistemas de cogeração e armazenamento, além de soluções digitais para a gestão energética integrada das unidades produtivas.
Outra frente de inovação são os projetos de biocombustíveis, incluindo a produção de biodiesel a partir de resíduos do processo produtivo. “O sebo bovino também pode ser utilizado pela indústria de combustíveis sustentáveis da aviação. Essa iniciativa reforça a circularidade dos processos e gera ganhos adicionais de eficiência ambiental e econômica”, explicou o executivo.
A experiência da Minerva Foods demonstra que é possível unir rentabilidade e sustentabilidade em um modelo de negócios competitivo. “A empresa mostra que, com planejamento, governança, parcerias estratégicas e um compromisso firme com a transição energética, é viável atingir metas ambiciosas como o Net Zero”, concluiu Gatti.
Para o futuro, a Minerva Foods planeja fortalecer a resiliência energética com expansão da autoprodução e uso de tecnologias emergentes como hidrogênio verde e inteligência artificial na gestão de energia, consolidando sua posição como referência em eficiência energética no setor de proteína animal.
Fonte: CanalEnergia
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