No Summit Future of Nutrition da FiSA 2025, o painel “Food as Medicine – A Nova Fronteira da Nutrição e Saúde” reuniu representantes de grandes empresas do setor alimentício e de ingredientes para debater o crescimento dos alimentos funcionais, nutracêuticos e a relação cada vez mais estreita entre alimentação e medicina. O encontro destacou como a indústria está investindo em inovação, acessibilidade e personalização para atender às novas demandas do consumidor em busca de qualidade de vida e longevidade.
Sérgio Pinto, presidente da Cellva Ingredients e moderador do painel, lembrou que o conceito do “alimento como remédio” remonta ao médico grego Hipócrates, mas continua atual. E enfatizou que os ingredientes têm papel fundamental na prevenção e no suporte a tratamentos de saúde, impulsionando o surgimento de novas categorias e aplicações.
Entre outros pontos, o painel abordou como tornar produtos funcionais mais acessíveis a diferentes camadas da população. “Trabalhamos com parceiros e fornecedores para ganhar escala e garantir a qualidade das matérias-primas, sempre com o consumidor no centro das decisões”, afirmou Vanessa Almeida, gerente de Marketing de Vitaminas da Nestlé Health Science.
Ela também citou o uso de canais diversos e a personalização como estratégias-chave. Kathlyn Watanabe, gerente da Danone, destacou a importância de entender a jornada do consumidor desde o nascimento, conectando produtos a protocolos médicos e tornando-os mais acessíveis. Ela citou o exemplo do YoPro, bebida proteica da Danone que não exige refrigeração e pode ser encontrada em farmácias e supermercados.
Fabiana Checcoli, coordenadora de Suporte Técnico e Aplicações da Givaudan para a América Latina, reforçou que, para inovar, é preciso olhar para diferentes áreas dentro da própria empresa e entender o que startups e consumidores estão buscando. “A personalização vem da ciência e da escuta ativa. Conseguimos desenvolver um produto funcional que antes não era bem aceito pelo consumidor”, contou.
A Nestlé, segundo Vanessa, está presente em 99% dos lares brasileiros e investe fortemente em pesquisa com consumidores e profissionais de saúde para validar novos conceitos. “A inovação sempre envolve risco. Por isso, é preciso pesquisa e testes, algo que a tecnologia nos permite fazer com agilidade”, completou.
O impacto das chamadas “canetas emagrecedoras” como o Ozempic no comportamento de consumo, debatido em um painel anterior, também foi comentado. Para Vanessa, “isso não é mais tendência, é realidade. Assim como o público 50+, que movimenta a economia e precisa de produtos adaptados às suas necessidades”. Kathlyn reforçou que a visão de futuro precisa ir além de soluções pontuais. “Emagrecimento é um tema que não vai desaparecer. Precisamos construir relacionamentos com a comunidade médica e com o consumidor para oferecer soluções sustentáveis”, afirmou a executiva da Danone.
Fabiana, da Givaudan, finalizou destacando que o desenvolvimento de um ingrediente pode levar anos, e que o trabalho da indústria de ingredientes envolve apoiar os parceiros em todas as etapas – desde a pesquisa até a comunicação com médicos e consumidores.
A próxima edição da Food ingredients South America já tem data marcada: será realizada de 04 a 06 de agosto de 2026 no São Paulo Expo.