O terceiro e último dia do Congresso Fispal Tec 2025 teve como tema da primeira palestra “O Paradoxo da Geração Z e a Alta Performance no Trabalho”, apresentada por Dado Schneider, doutor em Comunicação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), professor, palestrante e escritor. Em um mundo corporativo cada vez mais atravessado por transformações digitais e culturais, compreender o comportamento da nova força de trabalho tornou-se essencial para empresas e líderes.
Schneider, conhecido por sua trajetória no Marketing e por seu estilo provocativo, levantou o debate sobre o encontro de gerações e as maneiras diferentes de agir e de pensar entre elas, levando os ouvintes a uma reflexão sobre o que define a Geração Z e como ela vem desafiando modelos tradicionais de trabalho.
O especialista enfatizou que a informação, no século XX, tinha como característica a verticalidade, sendo transmitida de cima para baixo, mas a chegada do século XXI trouxe mudanças: hoje ela é horizontal, sendo diversas as fontes de informação disponíveis.
“Não estou aqui para dizer que uma geração é melhor ou pior do que a outra, mas para mostrar que precisamos nos adaptar às mudanças constantes. Pessoas de gerações anteriores estão vivendo mais. Isso significa que temos que aprender a conviver com os mais jovens, entendendo que existem diferenças entre as gerações e descobrir como tirar proveito disso.”
Segundo Schneider, a internet não apenas mudou a forma como nos comunicamos, mas redefiniu as estruturas de poder, especialmente no ambiente profissional e social. E nessa nova realidade, uma nova geração chega ao mercado de trabalho desafiando modelos de gestão tradicionais e exigindo um equilíbrio inédito entre vida pessoal e profissional.
Schneider destacou que essa geração, diferentemente da anterior, não tem hábitos e comportamentos como o respeito à hierarquia. “Eles foram criados para não temer a autoridade. Buscam mais equilíbrio entre vida pessoal e profissional e não toleram o que chamam de ‘chefes tóxicos’.”
O palestrante comentou com o público uma pesquisa que ele realizou em 2012, com 100 jovens com idades entre 10 e 13 anos, sobre o que eles gostariam de ser quando adultos – pergunta essa muito comum feita aos jovens de gerações anteriores. A resposta unânime foi: não sei. “Mas eles sabiam bem o que não queriam: ser como seus pais e suas mães, estressados e que priorizaram o trabalho durante toda uma vida.”
Segundo o especialista, a Geração Z é altamente informada, criativa e engajada, mas também apresenta dificuldade de lidar com hierarquias rígidas, regras inflexíveis e cobranças tradicionais de produtividade.
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A palestra terminou com Schneider ressaltando que o conceito de “alta performance” precisa ser reavaliado. “Não dá mais para exigir comportamento do século XX de pessoas do século XXI. Antes de pensar em alta performance, deveríamos garantir a pura e simples ‘performance’. Existe uma contradição entre o perfil dessa geração e as exigências do mercado de trabalho, que ainda valoriza modelos de alta performance baseados em disciplina, resiliência e entrega constante. “
Além disso, Schneider lembrou que as gerações anteriores vivem hoje em busca de mais equilíbrio entre vida pessoal e profissional, e aí reside uma contradição: “Como podemos buscar mais equilíbrio e ao mesmo tempo exigir alta performance de quem está chegando ao mercado de trabalho?”.
Sua palestra serviu como um alerta e um convite à reflexão sobre o fato de que não é apenas o mundo que mudou – o futuro mudou e está cada vez mais imprevisível. “As pessoas não precisam gostar da mudança, mas precisam entender o que está acontecendo para mudar, para aceitar o novo. Fiquem atentos. A verdade é que, em cinco anos, não seremos as mesmas pessoas e o mundo também não será.”