Durante a Fispal Tecnologia 2025, maior feira de tecnologia e soluções para a indústria de alimentos e bebidas da América do Sul, a busca por maior eficiência energética ganhou destaque entre os expositores. Fabricantes de diferentes segmentos apresentaram soluções que combinam automação, sensores inteligentes e design otimizado para reduzir custos com energia elétrica e uso de ar comprimido, dois dos recursos mais onerosos em linhas de produção.
Fábio Trocoletto, gerente de engenharia da SMC, apresentou o Air Management System, um modelador de ar comprimido que regula automaticamente a pressão conforme a necessidade real da máquina. “Se a máquina precisa de mais ar, ele libera mais; se não precisa, ele reduz a pressão, ajudando o cliente a economizar energia elétrica”, explicou. O sistema se conecta diretamente com o equipamento por meio de uma válvula proporcional, o que permite a interação constante entre a máquina e o gerenciador de ar. Embora não utilize inteligência artificial, a solução já proporciona um ganho expressivo de eficiência, ajustando o fornecimento em tempo real para evitar desperdícios.
Na Krohne, Allan Areco, executivo de vendas da empresa, destacou o medidor de vazão Vortex, voltado para a medição precisa de gases e ar comprimido em plantas industriais. O diferencial, segundo ele, é a incorporação de sensores de pressão e temperatura ao equipamento, permitindo a compensação automática das variações do processo. “Ele mede essas variáveis e faz um cálculo de compensação interno, entregando um volume corrigido. Isso gera uma economia que pode chegar a 30% no consumo energético, dependendo do tamanho da operação”, afirmou. Allan exemplificou o impacto prático: em uma fábrica que utilizava um tubo Venturi — com maior perda de carga —, a troca pelo Vortex trouxe uma economia de energia significativa, tornando o retorno do investimento rápido e atraente para o cliente.
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Já no estande da Selgron, o público pode conhecer a Titanium, uma empacotadora que incorpora motores servo em substituição a sistemas pneumáticos tradicionais. “A maioria das máquinas ainda usa pistões cinemáticos, que exigem grande consumo de ar comprimido e, consequentemente, de energia. No nosso caso, o servo motor faz o trabalho de abertura e fechamento da mordaça, eliminando o desperdício de ar”, explicou Diogo Hank, coordenador comercial da empresa. Além disso, a Titanium conta com uma placa eletrônica para aquecimento, no lugar de transformadores convencionais. O resultado é uma economia estimada entre 30% e 40% no consumo de energia, dependendo do porte da planta e da quantidade de equipamentos em operação.
Juntas, essas soluções refletem uma tendência clara de mercado: investir em tecnologias capazes de medir, gerenciar e otimizar recursos em tempo real, reduzindo o desperdício sem abrir mão de produtividade. Em um setor cada vez mais pressionado por metas de sustentabilidade e competitividade, a eficiência energética deixou de ser apenas um diferencial técnico para se tornar prioridade estratégica dentro das fábricas.
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