Durante a Fispal Food Service 2025, o palco Assuntos de Energia recebeu Adriana Luz, especialista com mais de 20 anos no setor elétrico e membro do comitê setorial de Energia, para uma conversa sobre um tema que pode fazer toda a diferença no resultado financeiro das empresas de alimentação: a eficiência energética.

Segundo Adriana, o consumo de energia elétrica representa, em média, 20% do custo das empresas do setor alimentício, chegando a ocupar a 5ª maior fatia das despesas operacionais. “No food service, ações simples podem reduzir esse custo significativamente, ajudando negócios a se manterem competitivos em um mercado cada vez mais acirrado.”

Pequenas ações, grandes resultados

A palestra trouxe dados práticos e sugestões acessíveis. Entre os exemplos citados estão:

  • Lâmpadas LED economizam até 80% em relação às incandescentes.
  • Cooktops e fogões modernos consomem até 25% menos energia.
  • Sensores de temperatura e presença permitem monitoramento em tempo real, possibilitando ações preventivas.
  • Equipamentos com reguladores inteligentes de calor, como lava-louças industriais, ajudam a reduzir o desperdício energético.

O retorno sobre esses investimentos, segundo a especialista, pode ser sentido em até dois anos, com economia que pode chegar a 30%.

Adriana ainda fez um alerta: a inteligência artificial, cada vez mais presente no dia a dia, é extremamente intensiva em consumo de energia. Um único comando de imagem em IA, segundo estudos recentes, equivale a manter 250 lâmpadas acesas por uma hora. “Estamos diante de um crescimento de demanda que pode triplicar o consumo do país em cinco anos”, afirmou.

Mercado livre de energia pode ser uma solução

A grande novidade é a Medida Provisória nº 1.300, recentemente assinada pelo Presidente, que, a partir de dezembro de 2027, permitirá que consumidores residenciais e de baixa tensão escolham livremente seu fornecedor de energia, migrando para o mercado livre.

Além disso, a partir de agosto de 2026, começa a abertura gradual do mercado livre para consumidores comerciais e industriais de baixa tensão, como padarias, restaurantes e pequenos comércios. Essa mudança vai ampliar a liberdade de escolha e possibilitar a redução dos custos com energia para esses segmentos.

Atualmente, o mercado livre está disponível apenas para unidades com consumo mensal acima de aproximadamente R$ 15 mil. Com essa abertura gradual, espera-se mais liberdade, economia e até a introdução de modelos inovadores, como a “energia pré-paga”, já adotada em países como Reino Unido e Austrália.

Um exemplo concreto estava presente na plateia da palestra: uma empresa carioca de atacarejo que migrou para o mercado livre em 2023 e, desde então, vem registrando uma economia de 35% nas suas faturas.

Diagnóstico é o primeiro passo

“Hoje existem soluções que permitem identificar o consumo por máquina e atuar exatamente onde o gasto é maior. Não é preciso fazer tudo de uma vez. O importante é começar”, aconselhou Adriana.

Além disso, ela destacou a importância de escolher fornecedores de energia confiáveis, que vão assegurar a estabilidade e o bom funcionamento do seu negócio.

Ela encerrou o painel reforçando que, para o food service, investir em eficiência energética e estudar a migração para o mercado livre deixou de ser diferencial e tornou-se uma necessidade estratégica.

Quer saber mais sobre como economizar energia no seu negócio de alimentação? Visite a Fispal Food Service, que acontece simultaneamente à Fispal Sorvetes, até o dia 30, sexta-feira. Ingressos estão disponíveis aqui