*Por Martin Eckhardt, presidente da ABRASORVETE
O verão brasileiro de 2025 promete ser um dos mais saborosos e criativos dos últimos tempos para o nosso setor. Aqui na ABRASORVETE (Associação Brasileira do Sorvete e Outros Gelados Comestíveis), acompanhamos de perto as movimentações do mercado e percebemos dois grandes pilares guiando esse novo momento: os formatos diferenciados, como o bombom de sorvete, e o crescimento dos produtos saudáveis, com opções low-calorie, plant-based e high-protein.
Nos últimos 12 meses, vimos o segmento de sorvetes saudáveis crescer de forma consistente. Entre as empresas que participaram da nossa pesquisa, 38,9% registraram aumento de até 10% na receita dessas linhas, e 22,2% relataram crescimento de até 20%. Esses números mostram algo que todos nós já sentimos no dia a dia: o consumidor quer produtos que tragam prazer, mas que também façam parte de um estilo de vida equilibrado.
Hoje, é possível encontrar uma enorme variedade de opções nas prateleiras, dos sorvetes veganos feitos com leites vegetais aos sorbets de frutas sem laticínios, passando por versões sem lactose, diet/sem açúcar e os proteicos. E o mais interessante é ver como os sorvetes low-calorie estão cada vez mais sofisticados. Em vez de açúcares refinados, entram em cena adoçantes naturais como stevia, taumatina, eritritol e açúcar de coco, além de ingredientes funcionais que ajudam a manter a cremosidade e o corpo do produto. Ou seja, o consumidor encontra uma versão mais leve, mas com o mesmo prazer do sorvete tradicional.
Quando olhamos para o verão 2025/2026, percebemos que 44,4% das empresas estão investindo em formatos inovadores, como os bombons de sorvete e produtos com design diferenciado. Os sabores clássicos continuam firmes, representando 22,2% das apostas, enquanto os ultra-gourmet, com ingredientes exóticos, e os sabores low-calorie/funcionais aparecem com 16,7% cada. Isso mostra que o mercado está conseguindo equilibrar bem o que é premium com o que é saudável, duas tendências que vieram para ficar.
Outro dado que sempre gosto de destacar é o consumo médio anual de sorvete no Brasil: 7,7 litros por pessoa. O sorvete de massa segue na liderança, com 73,47% da preferência, seguido pelo picolé (13,20%) e pelo sorvete soft (10,93%). Além disso, 56% dos consumidores têm renda de até dois salários mínimos, o que reforça algo muito importante para nós: o sorvete continua sendo um prazer acessível e democrático.
Tudo isso mostra a força e a capacidade de inovação da indústria brasileira de sorvetes. Estamos conseguindo atender às novas demandas dos consumidores, oferecendo produtos de alto valor agregado e, ao mesmo tempo, opções mais saudáveis. Assim, provamos que o prazer de tomar sorvete pode, e deve, caminhar lado a lado com hábitos de vida equilibrados.
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