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As restrições da pandemia e o prejuízo causado a bares e restaurantes

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A falta de centralização fez com que cada um improvisasse um tipo de política. Saíram prejudicadas as empresas de turismo, eventos, cultura e os bares e restaurantes.

A pandemia deveria, desde o início, ter sido levada a sério, com políticas de centralização de providências, isolamento social e vacinação em massa. Como isso não foi feito pelo governo federal, caberia aos governadores e prefeitos desenvolver planos locais de combate à propagação do vírus, de forma adequada, e isso também não aconteceu. 

A falta de centralização fez com que cada um improvisasse um tipo de política no tratamento dos setores econômicos. Saíram prejudicadas as empresas dos setores de turismo, eventos, cultura, hotelaria e os bares e restaurantes.

Podemos citar como exemplo de má gestão o tratamento dado aos bares e restaurantes. Estes últimos estiveram entre as empresas mais aplicadas no cumprimento de protocolos e, portanto, deveriam ter sido mantidos abertos, com regras como 60% de atendimento, inclusive mesas nas calçadas, horário de encerramento no mínimo às 22 horas.

É sabido que pessoas observadas, sentadas, distanciadas, de máscara boa parte do tempo, equipamentos higienizados, etc, não transmitem vírus ou o fazem muito pouco. Com a prática do bom senso, teríamos tido o perfeito equilíbrio entre preservação da vida e a manutenção de empresas e empregos.

No entanto, os restaurantes se tornaram o principal foco de atenção e das medidas restritivas dos governos e prefeituras, usados como exemplo de rigor e pretensa preocupação com a expansão da contaminação. 

Tanto aconteceu assim, que o setor foi o que mais ocupou espaço na mídia. As seccionais da ABRASEL, no país inteiro, fizeram o papel de algo aproximado a Dom Quixote, lutando corajosamente e tentando salvar o maior número possível de empresas. A contaminação corria solto em festas, aglomerações em ruas de comércio de camelôs, transporte público, mas os restaurantes, com mesas distanciadas, etc, é que serviam de exemplo desse pretenso rigor.

O resultado foi trágico, um sacrifício inútil, a perda de mais de 300 mil estabelecimentos, as economias /investimentos/patrimônio de mais de 600 mil pequenos empreendedores viraram fumaça, estes perderam os estabelecimentos e saíram endividados, mais de 1.5 milhão de empregos foram extintos, sem contar os de fornecedores, terceirizados, etc. E o restante corre risco, 90% dos estabelecimentos, algo como 700 mil, podem seguir o mesmo caminho.

E quanto aos bares? Fechá-los foi outra medida de canguru (quando eles veem perigo, enfiam a cabeça em um buraco achando que estão a salvo), mais um pretexto para mostrar rigor. O correto seria ter mantido os bares abertos e fiscalizar a aplicação de protocolos.

Não seria fácil, mas muito mais difícil foi fiscalizar as festas provocadas pelas restrições à atividade. A juventude quer viver, se relacionar, ver amigos, namorar e isso se dava em grande parte nos bares. Fechados, estes multiplicaram-se em festas, ora em residências, ora clandestinas, ambas propícias a multiplicarem o vírus.

Foi assim que chegamos a esta situação, onde os erros continuam. A ABRASEL está ajuizando ações de reparação no país inteiro, através de suas 27 seccionais estaduais.

É  mais um brado de indignação na forma com que o setor foi e continua sendo tratado.

*Percival Maricato, Presidente do Conselho Estadual da ABRASEL-SP.

 

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