O café pode até ser uma arte, mas por trás da bebida e da extração milimétrica atua a ciência das máquinas de café profissionais. Muito além do botão de “ligar”, elas são protagonistas de uma revolução silenciosa no setor de food service.

Há algum tempo as máquinas de café deixaram de ser apenas um suporte técnico, se tornando atualmente parte estratégica dos negócios. Nas cafeterias — da hipster à rede internacional — estão máquinas que extraem mais que a bebida: entregando padronização, performance e confiabilidade.

Com a ascensão do café especial e a popularização de métodos alternativos de extração, o maquinário também precisou evoluir. Dos modelos semi automáticos clássicos às super máquinas conectadas à nuvem, o barista agora tem um arsenal à altura da complexidade do grão.

As máquinas de café profissionais de última geração monitoram temperatura, pressão, tempo de extração e a qualidade da água em tempo real. Algumas alertam o técnico antes mesmo do problema acontecer. Outras, integram-se com apps para oferecer relatórios de performance direto no smartphone do gestor. Atualmente o maquinário é controlado por paineis digitais, sensores inteligentes e algoritmos de extração. Isso tudo resulta em mais eficiência, menos desperdício e um padrão de excelência que não depende de sorte ou intuição, fazendo do café uma engenharia de precisão.

Na Fispal Food Service 2025 tecnologia de ponta e design marcam presença na feira. Entre os expositores, a Astoria, um dos principais nomes do setor, levou ao evento a Storm, máquina com tecnologia de ponta,  multi-boiler, com caldeiras independentes que podem configurar cada grupo com uma pressão e temperaturas diferentes, trabalhando com diversos moedores simultaneamente. O modelo tem design assinado por Adriano Design Studio; segundo Bruna Teixeira, do setor comercial da empresa, esse é um diferencial cada vez mais levado em consideração pelos consumidores, que buscam não só tecnologia, mas conceito e beleza. 

Outro expositor da feira, a Sanremo trouxe a D8, lançamento da marca de alta performance. O equipamento traz várias possibilidades de programação e 100% de autonomia. “Quem adquirir essa máquina, vai ter condições de programar e de controlar praticamente tudo dentro de uma estação, água, tempo, temperatura do boiler, da caldeira, uma infinidades de possibilidades“, afirma  Willian Pires, gerente do estande. A autonomia do equipamento permite que cafés mais ácidos ou de torra mais intensa sejam preparados ao mesmo tempo, com preparos específicos para cada um deles. 

O design de conceito também pode ser conferido no estande do grupo Espresso Art, que engloba as marcas italianas Faema, Casadio e La Cimbali. Máquinas robustas e com desenhos diferenciados são apresentadas no espaço do grupo. Entre as apostas do grupo para a ediçāo de 2025 da Fispal, estão a M200, da La Cimbali, e a Neptuno, da Casadio, que segundo Reinaldo Bongiovanni, Diretor do grupo, sāo os modelos que unem beleza e tecnologia, com sistema termossifão, multi boiler, caldeiras independentes, entre outros destaques. 

Já o estande da La Spaziale faz jus a tradução do nome da marca – A Espacial – com máquinas de design extremamente futurista, caso da série S50, chamada por alguns do estande como “o transformer das máquinas de café”. Os protótipos se destacam para além do visual e possuem painel touch screen, conectividade bluetooth, tomada USB, iluminação LED de bancada com ajuste de intensidade, função ECO e monitoramento do consumo de energia do aparelho, entre outros diferenciais. 

“Estamos vivendo a quinta onda do café, em que o cliente quer entender a origem do grão, saber o nome do produtor e conhecer o solo de onde ele veio. Muitas pessoas não sabem a origem do que consomem, mas quando elas têm o interesse de conhecer de onde a bebida veio, param de enxergar apenas o preço e passam a entender o valor daquele produto. Cada xícara conta uma história diferente”, afirmou Adalberto Junior, revendedor da La Spaziale.

Mesmo em um cenário com grãos mais caros, a qualidade ainda é um diferencial. “Nos últimos seis meses, alguns consumidores começaram a comprar cafés de qualidade inferior, sem pureza. Mas nós seguimos com nossos cafés de categoria superior em todas as linhas, sem misturas, e valeu a pena porque o consumidor que foi atrás de preço no primeiro momento, agora voltou a procurar um café de qualidade, com pureza”, assinalou Fábio Moraes, gerente-geral de vendas do Grupo Utam.

No caso da empresa, que também é produtora de private labels, as versões monodose, como cápsulas e drip coffee, são a principal tendência que tem caído no gosto dos apreciadores de café.

O que se percebe ao percorrer os corredores da feira é que as máquinas de café deixaram de ser apenas utilitárias e se tornaram peças de destaque na decoração — verdadeiros objetos de desejo. O design tem ganhado força no setor, unindo forma e função com doses de inovação. Com o crescimento das cafeterias autorais, micro torrefação e franquias especializadas, o setor de maquinário vive um boom de demanda e diversificação. Pequenos empreendedores buscam máquinas versáteis, que atendam a diferentes métodos de preparo. Já as grandes redes priorizam modelos super automáticos que garantam padrão em grande escala. 

Nesse cenário, o Brasil não fica de fora. Além de ser referência mundial na produção de café, o país avança também como consumidor e inovador. O brasileiro está mais exigente, mais conectado às tendências, e isso aquece o mercado de equipamentos elevando  a régua da concorrência.

A Fispal Food Service acontece simultaneamente à Fispal Sorvetes até o dia 30, sexta-feira. Ingressos estão disponíveis aqui