O mercado de panetones segue em ascensão no Brasil, consolidando-se como um dos grandes destaques da indústria alimentícia durante as festividades de fim de ano.
Segundo pesquisa da Kantar, encomendada pela Abimapi, o consumo de panettones cresceu 29,6% em valor e teve alta de movimentação de R$ 1,2 bilhão entre novembro de 2024 e janeiro de 2025.
O cenário impulsiona as versões tradicionais com frutas cristalizadas, que cresceram 28,7% em valor e alcançaram R$ 527 milhões, enquanto os de gotas de chocolate tiveram uma alta de 27% em valor, totalizando R$ 542 milhões.
“Mesmo com desafios como o aumento das temperaturas no verão e a menor percepção de panetone como item para presente, a categoria se mostrou sólida e adaptável. O consumo próprio cresceu, o atacarejo ganhou espaço como canal de vendas, e a busca por panetones mais indulgentes se intensificou”, explica David Fiss, diretor da Kantar.
Tendências em panetones para 2026
O panetone deixou de ser um alimento exclusivo da ceia e passou a fazer parte da rotina dos brasileiros: 72% do consumo acontece no café da manhã, principalmente entre Geração Z, Millennials e Geração X, que compartilham com a família e amigos.
“Além do apelo tradicional, a categoria vem conquistando espaço com novas ocasiões de consumo, formatos mais indulgentes e maior penetração entre os públicos das classes C e D”, afirma Claudio Zanão, presidente-executivo da Abimapi. Essa adaptação reflete o esforço das marcas em atender às demandas de um público cada vez mais diversificado e exigente.
Os panetones recheados lideraram o crescimento em valor, com alta de 41,3%, totalizando R$ 149,4 milhões e representando 12,6% do faturamento total da categoria. Esse segmento foi impulsionado por versões mais indulgentes, sabores exclusivos e posicionamento premium.
Entre as tendências para 2026, além dos panetones recheados, versões com massa madre, opções sem glúten, produtos veganos, sabores autorais e embalagens que viram peça de decoração estampam as vitrines das lojas, prateleiras de supermercados e catálogos de e-commerce. As colaborações com chefs e marcas também ganham força, assim como as latas colecionáveis, que aliam tradição e inovação.
Marcas como Dengo, Haoma e Lindt apostaram em combinações inéditas, como panetones de banana com chocolate e doce de leite, creme de marshmallow e triplo pistache com chocolate branco. Já a Havanna e a Casa Bauducco trouxeram interpretações diferenciadas de clássicos, como caramelo salgado e vinho moscato, além de opções zero açúcar.
“A cada ano, novas interpretações do panetone chegam ao mercado, impulsionando o varejo e ampliando as opções para presentes e celebrações. A variedade é fundamental para atender ao público e ao clima festivo da temporada”, afirma Juliana Gasparini, gerente de marketing do Shopping Santa Úrsula, em Ribeirão Preto (SP).
Expansão dos canais de vendas
O estudo também aponta mudanças nos canais de venda, com o atacarejo ganhando força, especialmente no Nordeste e no estado de São Paulo. Redes regionais no Sul também apresentaram desempenho relevante, enquanto o consumo próprio de panetones cresceu, compensando um leve recuo na percepção do produto como item para presente.
Além disso, o varejo tem investido em formatos diferenciados para impulsionar o consumo. No Shopping Santa Úrsula, por exemplo, a Cacau Show Super Store incorporou o fondue de panetone ao cardápio, transformando o produto em uma experiência gastronômica. A Kopenhagen, por sua vez, uniu tendências como pistache e doce de leite em suas opções premium.
A categoria de panetones também tem se expandido no ambiente digital, com marcas oferecendo personalização e entregas para todo o país. Embalagens decorativas e colaborações com chefs e marcas reforçam o apelo premium e ampliam o alcance do produto, especialmente no segmento corporativo.
Com um público cada vez mais disposto a experimentar novos sabores e formatos, o panetone se consolida como um produto versátil, capaz de atender às demandas de diferentes ocasiões e perfis de consumidores. A inovação e a adaptação às tendências de consumo são os principais motores desse crescimento, garantindo que a categoria continue a movimentar o mercado alimentício nos próximos anos.