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Tendências e oportunidades do mercado de carnes de aves

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Mesmo diante da pandemia, o mercado de carnes de aves se mantém aquecido, com alguns fatores tendo grande contribuição para este cenário. Saiba mais!

Desde março de 2020 até o atual momento, o Brasil vive uma das maiores crises de sua história, afetando todos os mercados produtivos do país, como é o caso do consumo de carnes. Enquanto o consumo de carne bovina teve considerável redução, o mercado de carnes de aves ganhou espaço na mesa dos brasileiros.

Dessa forma, entre os fatores que contribuem para o alto consumo de diferentes carnes de aves no País estão o preço em comparação com as carnes vermelhas, a disponibilidade, o custo-benefício, a facilidade e versatilidade de preparo, assim como sua qualidade nutricional.

Diante deste cenário, convidamos Ari Jarbas Sandi, analista da Embrapa Suínos e Aves, para discutir o cenário atual das carnes de aves no Brasil, assim como as principais tendências e dificuldades deste setor produtivo. Vamos conferir?

Cenário atual: Aumento da oferta de carnes de aves

Mesmo com as consequências geradas pela pandemia, o mercado atual de carnes de aves se mantém aquecido.

Segundo Ari Sandi, esse cenário vem permitindo que agentes reajustem positivamente os valores de negociação do setor, na tentativa de repassar as intensas altas dos custos de produção. 

“Mesmo com a elevação nos custos de produção, o cenário atual é o de aumento de aproximadamente 8% na quantidade deste tipo de carne ofertada no mercado interno”, explica.

Segundo o analista, esse aumento na disponibilidade, aliado a preços mais competitivos em relação às carnes bovina e suína, aumentou o consumo per capita anual de carne de aves no País durante a pandemia da Covid-19.

“Diversos fatores, como a perda do poder aquisitivo das famílias brasileiras, corroboram para o aumento no consumo de proteínas mais baratas, tendo a carne de frango a mais importante delas”, explica nosso convidado.

A figura abaixo oferece informações interessantes sobre a evolução no consumo per capita anual de 4 tipos de proteínas de origem animal.

*Projeção

Fonte dos dados: CIAS/Embrapa, ABPA, IBGE/PPM, CONAB. Elaboração e análise: Ari Jarbas Sandi - Analista - Embrapa Suínos e Aves

“Apesar de o Brasil ser o país com o maior rebanho bovino do mundo e maior exportador do setor, possuindo 217 milhões de cabeças que representaram 14,3% do total mundial de carne bovina, nos últimos 11 anos houve redução de 14,7% na quantidade de carne consumida, enquanto as carnes de frango, suína e ovos, tiveram aumentos de 7,2%, 19,1% e 92,6%, respectivamente”, salienta o analista.

Ainda segundo o analista da Embrapa Suínos e Aves, alguns são os fatores que contribuíram para que tenhamos atingido o cenário atual de carnes de aves:

“O atual cenário é decorrente do aumento da disponibilidade interna, desvalorização da moeda brasileira, além da perda do poder aquisitivo das famílias brasileiras decorrente da crise econômica”.

Tendências futuras de carnes de aves: aumento da oferta no mercado interno e externo

Como vimos, mesmo com todos os problemas recentes, o mercado de carnes de aves se mantém aquecido e a tendência é, segundo Ari Sandi, de aumento na quantidade de carne ofertada, tanto para o mercado interno quanto internacional.

Assim, estimativas indicam que em 2021, a produção brasileira de carne de frango poderá alcançar até 14,5 milhões de toneladas. As exportações devem chegar a 4,35 milhões de toneladas, superando em até 3,6% o total exportado pelo Brasil em 2020.

Já os preços dos produtos finais tendem a acompanhar a evolução dos custos de produção no campo, na agroindustrialização e no corredor logístico. Entretanto, o analista da Embrapa acredita que serão menos acentuados que os preços das carnes vermelhas, especialmente a bovina.

  

Fonte dos dados: SEAB/DERAL - Preços mensais mercado varejista. Elaboração e análise: Ari Jarbas Sandi - Analista - Embrapa Suínos e Aves

Pelo gráfico acima, verificamos que, enquanto que a costela bovina com osso teve o preço aumentado em 74,2%, entre o ano de 2017 e o primeiro semestre do ano de 2021, o frango resfriado teve um aumento de 63%, acompanhado pelo lombo suíno com 36,8%, e ovos com apenas 15,6%. Contudo, a banha suína teve os preços aumentados em 93,3%.

Segundo o analista da Embrapa, os aumentos nos preços destas proteínas ao consumidor brasileiro, guarda estreita relação com dois fatores:

  • Aumento gradativo nos custos de produção;
  • Aquecimento da economia internacional seguido da desvalorização da taxa de câmbio brasileira;

“O segundo fator abre uma janela de oportunidades para a exportação maciça de produtos do agronegócio nacional, dentre os quais, insumos de uso primário e imediato à produção de animais confinados, como milho e soja, e de produtos com valor agregado como carnes bovina, suína e de frangos”, indica Sandi.

Já a substituição de carnes vermelhas por carnes de frango e ovos pelo consumidor interno, está relacionada à perda do poder de compras deste, que sentiu no bolso o efeito da inflação. 

“Um dos índices utilizados para medir a inflação nos alimentos é o IPCA, que de 2017 até agosto de 2021 aumentou em 20%, enquanto o salário mínimo real decresceu 3,48%”, complementa o analista.

Importa frisar, que exceto a produção da carne bovina, cuja maior quantidade é realizada à pasto e de modo extensivo, às demais proteínas são produzidas em confinamento e à base de rações industrializadas com milho, farelo de soja, farelo de trigo e premixes. Ou seja, há a tendência de que produtores tenham que reajustar os valores de venda das carnes de aves.

Gostou desse conteúdo? Então, leia também nosso artigo sobre “Mercado de aves: oportunidades e desafios para a produção”.

 

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