Durante o seu transporte e armazenagem, os alimentos são expostos a uma série de condições diversas, que acaba causando modificações em sua qualidade, e, nos casos mais severos, fazendo com que eles se tornem impróprios para o consumo.
E é exatamente aí que o shelf life de alimentos entra em cena, ou seja, o tempo que vai desde a fabricação de um item até o momento em que ele se torna impróprio para ser consumido.
Quanto maior for o shelf life de alimentos, menor é a taxa de desperdício e o gasto com a perda de produtos que não foram vendidos. No entanto, são diversos os fatores que podem acelerar o vencimento de um alimento, tornando essa uma tarefa altamente complexa.
As embalagens e o shelf life de alimentos
As embalagens desempenham um papel importante para aumentar o shelf life dos alimentos. É fundamental escolher modelos adequados para cada tipo de alimento, de forma que seus ingredientes e condições sejam mantidos.
"Além da função intrínseca de proteger, conter, comunicar, muitas embalagens chamadas de inteligentes agregam funcionalidades importantes, que podem ajudar e muito na segurança alimentar e na luta contra o desperdício de alimentos", diz Fábio Oroski, professor e pesquisador na Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.
Vale dizer que, até então, um dos requisitos para as embalagens de alimentos era que elas desempenhassem um papel passivo - ou seja, não devia haver interações com os alimentos.
No entanto, já se tornou aceitável que as embalagens desempenhem um papel mais interativo para aumentar o shelf life de alimentos. Com isso, é possível incorporar absorvedores e oxigênio e de etileno, emissores de dióxido de carbono e agentes antimicrobianos às embalagens.
Novas tecnologias em embalagens
Uma vez que as embalagens permitem melhorar o shelf life de alimentos, há um investimento maior no mercado para o desenvolvimento de modelos que mantenham a qualidade daquilo que está sendo armazenado.
"Certamente, os custos ainda são elevados, mas vale sinalizar que muitas inovações estão surgindo para permitir a sua redução e maior difusão na cadeia produtiva no futuro", ressalta Oroski.
Algumas das principais tecnologias nesse sentido
1. Embalagens a vácuo
A embalagem a vácuo consiste em um processo de retirada do ar em contato com o alimento e selagem da embalagem. Dessa forma, evita-se a proliferação dos organismos, que dependem do oxigênio para sobreviver.
Os alimentos embalados dessa maneira ainda contam com a vantagem de ter uma ótima apresentação e manuseio sem risco de contaminação. Além disso, os alimentos embalados a vácuo trazem características semelhantes ao produto in natura.
Por fim, as embalagens a vácuo podem aumentar a vida útil de alimentos perecíveis em até 5 vezes, comparando com quando eles são apenas refrigerados. E, se bem trabalhadas, essas embalagens contam com fortes argumentos para aumentar o volume de vendas.
2. Embalagens em EPS
Essa é uma novidade da Termotécnica, com a sua nova linha DaColheita. A tecnologia e design próprios prometem aumentar em até 20% o shelf life de produtos perecíveis.
A embalagem apresenta menor perda de peso por desidratação e mantém o teor de vitaminas dos produtos por mais tempo.
Além disso, a embalagem também deixa a estética dos produtos mais agradável, funcionando como ferramenta de vendas.
3. Embalagens inteligentes
As embalagens inteligentes unem desempenho para aumentar o shelf life de alimentos com tecnologia. Basicamente, elas avisam quando o produto não estiver mais próprio para o consumo.
Para isso, possuem características químicas especiais que indicam ao consumidor qual a qualidade do alimento.
A tecnologia tem como objetivo desenvolver resinas plásticas que melhorem a segurança para ingerir os alimentos, além de aumentar o seu tempo de vida útil e, inclusive, contribuir para minimizar o desperdício.
"As embalagens inteligentes apresentam várias funcionalidades, que passam pelo monitoramento, teste e indicação das condições que afetam a qualidade do alimento e, portanto, o seu real tempo de prateleira. Logo, são grandes sinalizadores de que alguns processos podem não estar funcionando de forma adequada ao longo da cadeia produtiva, o que levará à perda ou desperdício dos alimentos", complementa Oroski.