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Cuidados para a indústria escolher as embalagens para carne

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Tecnologias desbravam os desafios do shelf life e experiência do consumidor.

Diante do avanço das pesquisas, a variedade de embalagens hoje em dia é bastante grande, com suas características variando de acordo com as necessidades e o tipo de carne que será acondicionada.

Principais atributos das embalagens para carnes

Vimos até aqui que a embalagem para carnes é fundamental para bom acondicionamento destes produtos. Mas especificamente para a indústria da carne, algumas são as prioridades para adquirir ou desenvolver uma boa embalagem.

Já falamos sobre esse tema aqui no Food Connection. Para responder a essa questão, Fiorella Dantas, pesquisadora do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, indica que essa resposta dependerá do tipo de produto e do aspecto e condições de estocagem, comercialização e apresentação que a indústria pretende ter para armazenar seus produtos.

Segundo a pesquisadora, a perda de qualidade de carnes e produtos cárneos está associada a alterações microbiológicas, bioquímicas, químicas e físicas, cabendo à embalagem para carnes atuar como uma proteção ao produto contra fatores externos como oxigênio, umidade e luz.

Quando corretamente especificada pela empresa, a embalagem pode assegurar a qualidade e a inocuidade do produto, afim de que as características desejadas e a vida útil estabelecida sejam atendidas”, indica a pesquisadora.

Além disso, para Antônio Ponce, Membro da ABRE – Associação Brasileira de Embalagem e Líder de Proteínas da Sealed Air para América Latina, toda boa embalagem para carnes deve considerar também os novos hábitos de consumo. “Hoje em dia, as pessoas buscam conveniência e praticidade quando compram proteínas. Cabe às empresas de processamento da carne, escolher aquelas embalagens que vão garantir a qualidade do produto, valorizando a boa aparência ao mesmo tempo em que são práticas para o consumo”.

Para o membro da ABRE, a garantia de boa qualidade das carnes embaladas exige uma embalagem com alta barreira que evita oxidação e aumenta o shelf life (tempo de prateleira) de produto, reduzindo desperdícios na cadeia logística até o consumo.

Como a indústria deve escolher suas embalagens para carnes

Os tipos de embalagem para carnes são bastante variáveis, principalmente por estar associado à categoria de produto cárneo e a tecnologia de inovação adotada

Por essa razão, cabe à indústria da carne se planejar muito bem para fazer a escolha mais assertiva de suas embalagens, de acordo com cada produto produzido e comercializado.

Neste sentido, proteínas bovinas e suínas resfriadas geralmente são embaladas a vácuo. Já peixes e frangos são comumente ofertados em bandejas, principalmente por terem ciclo de venda mais rápido, sendo embalado a vácuo pela indústria se for vendido  em mercados premium.

Uma aplicação muito comum de embalagem é a de filmes de alta permeabilidade ao oxigênio, que protegem o produto da desidratação superficial e permitem a oxigenação do pigmento mioglobina, mantendo a coloração vermelha brilhante da carne, especialmente para carne bovina.

Os filmes de policloreto de vinila (PVC) e os filmes poliolefínicos coextrusados, esticáveis ou encolhíveis, podem ser utilizados como envoltórios diretamente sobre o produto ou para envolver bandejas e berços. “Esse tipo de embalagem confere ao produto vida útil curta, devido à deterioração microbiológica e degradação da cor”, explica Fiorella. Por essa razão, devem ser escolhidos pelas empresas que pretender comercializar proteínas animais no varejo.

Como alternativa para aumentar a durabilidade de carne bovina e suína as indústrias da carne podem optar pelas embalagens a vácuo, especialmente as encolhíveis. “Estes são materiais de alta barreira ao oxigênio, que minimizam o crescimento microbiológico e as reações de oxidação da gordura e dos pigmentos das carnes”, explica a pesquisadora do ITAL.

Segundo Ponce, a categoria de embalagens a vácuo está entre as mais utilizadas no varejo do Brasil, sendo escolhidas por grande parte das empresas, principalmente por apresentar uma série de vantagens sustentáveis e econômicas para toda a cadeia.

"Elas evitam a oxidação das gorduras, vitaminas e sabores; limitam a perda de peso do produto e do crescimento de agentes microbiológicos; facilitam a verificação da integridade da embalagem e colaboram para maior vida útil do alimento".

A embalagem para carnes com atmosfera modificada é também uma tecnologia usada há décadas em mercados internacionais como opção para carne fresca e cortes temperados ou semiprontos para consumo, mas está gradativamente se expandindo no Brasil para frios fatiados e carne fresca, moída e em cortes. Portanto, se sua indústria atua nessa área, vale considerar esse tipo de embalagem.

Ela permite a ação de um agente antimicrobiano, como o gás carbônico, possibilitando o aumento da vida útil de alimentos perecíveis durante a comercialização refrigerada (shelf life), sem a pressão negativa da embalagem a vácuo.

Por outro lado, se a indústria comercializa produtos cárneos estáveis a temperatura ambiente (shelf stable), mas não necessita de refrigeração durante a comercialização, vale optar pelas embalagens plásticas para aplicações em altas temperaturas.

Há ainda a aplicação de tecnologias de conservação a frio, como o processamento por alta pressão (HPP, High Pressure Processing), com uso de filmes plásticos multicamadas de alta performance para aplicação em embalagem a vácuo ou atmosfera modificada.

Além destes sistemas, Antônio Ponce salienta que o mercado conta hoje com soluções que permitem que uma proteína animal seja assada diretamente na embalagem, sendo essa uma necessidade atual do mercado consumidor. “Isso é altamente conveniente e prático para o consumidor, mantendo a maciez e suculência da carne”.

O membro da ABRE finaliza explicando que essa linha ainda é mais sustentável, pois permite a eliminação da embalagem secundária.

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