Em 2025, o food service conta com a continuação dos incentivos fiscais previstos pelo Perse. Mas será que isso é suficiente para assegurar ao setor, especialmente para bares e restaurantes, uma alavanca de crescimento? A resposta dos analistas é simples e direta: não é suficiente.
Será preciso estar atento a questões como inflação e oportunidades em serviços já consagrados, sem grandes novidades no que diz respeito ao cardápio, mas em relação a tíquete médio e hábito de consumo.
Diante de um cenário de inflação em alta, a dedicação a serviços mais elementares, como o almoço de segunda a sexta, pode ser um bom negócio. Com a ressalva de que é provável que o tíquete médio do consumidor seja menor que o do ano anterior.
Jean Pontara, especialista no mercado de food service e private label (marcas próprias), destaca também que as principais tendências para 2025 estão mais ligadas ao modelo de operação e serviços do que necessariamente a cardápios e ingredientes. Nesse ponto, ele menciona os restaurantes nos modelos stake ou grill, focados em proteínas e poucos acompanhamentos.
Segundo Adriana Stecca, sócia-diretora da KPMG, líder do segmento de Alimentos e Bebidas no Brasil, os hortifrutis devem ter destaque “pois associam saudabilidade e menor desembolso, com frutas, verduras, e alimentos ricos em proteínas de baixo custo”.
Nesse sentido, o consumo de alimentos saudáveis, que deve seguir forte, deve ser monitorado no food service, com esse monitoramento abastecendo a indústria de ideias para a formulação de novos produtos.
“O varejo pode oferecer a esses consumidores novas possibilidades de escolhas e estimular a inclusão na rotina de produtos que sejam positivos para a natureza”, afirma Gustavo Righeto Alves, gerente de Inovação e Comunidades para América Latina da Fundação Ellen MacArthur.
Na ponta, o consumidor deve influenciar a indústria de food service ao exigir maior racionalização dos preços, considerando que a inflação deve seguir em alta. Um dos grandes desafios do setor é suportar o provável aumento de preços, incluindo custo de mão de obra, sem espantar o consumidor, ao mesmo tempo em que mantém margens de lucro sustentáveis.
E, para alguns segmentos, o preço de insumos deve seguir sendo um desafio importante. Uma pesquisa da ANR/GALUNION/ABIA mostra que 55% dos operadores de food service tiveram faturamento maior em 2024. Porém, existe uma ressalva, pois nem tudo é lucro.
“Houve também muito aumento de custo nesse tempo. Então, as empresas estão vendendo mais, mas elas estão gastando mais também”, explica Fernando Blower, diretor-executivo da Associação Nacional dos Restaurantes (ANR).
Nesse sentido, vale destacar cafeterias e chocolaterias. Café e cacau foram as commodities campeãs de preços altos em 2024, e devem seguir inflacionadas.
Especialistas ouvidos pelo Food Connection explicam, no e-book a seguir, cada um dos desafios e falam sobre as tendências no food service em 2025 que podem ser atacados pelos empreendedores de forma a aumentar os lucros.