O aumento do consumo de alimentos à base de plantas já não pode mais ser ignorado pelo setor de alimentação fora do lar. Durante uma palestra realizada no primeiro dia da Fispal Food Service na Arena do Saber, a gerente de campanha e políticas alimentares da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), Michelle Letran, destacou a transformação silenciosa que está movimentando cozinhas profissionais em todo o país: a demanda crescente por refeições veganas e plant-based.

Segundo dados da Euromonitor International, a principal força por trás dessa mudança é o público flexitariano — pessoas que, embora não se declarem vegetarianas ou veganas, reduzem o consumo de alimentos de origem animal e incluem mais vegetais na alimentação. Estima-se que 42% do consumo de produtos plant-based venha desse grupo, que busca alternativas mais saudáveis, sustentáveis e alinhadas a um novo estilo de vida.

Durante a palestra “Restaurantes, Lanchonetes e Hotéis: Não Ter Opções Veganas Já Não é Mais Uma Opção”, Michelle Letran reforçou a importância de se compreender a diversidade de perfis alimentares que compõem esse mercado — como ovolactovegetarianos, lactovegetarianos, vegetarianos estritos, plant-based e veganos — e a necessidade de adaptação por parte dos estabelecimentos.

“É um equívoco pensar que oferecer uma opção vegana atende apenas a veganos. Hoje, os flexitarianos impulsionam o mercado e esperam encontrar essas alternativas em qualquer tipo de estabelecimento — da padaria ao restaurante de hotel,” afirmou Michelle.

Além das escolhas pessoais e éticas, fatores como saúde, impacto ambiental e inovação gastronômica vêm colaborando para consolidar o movimento. “A tendência não é passageira, é estrutural. Quem não se adapta agora corre o risco de perder relevância num mercado cada vez mais consciente e exigente,” completou Michelle.

Marketing Vegano

Larissa Maluf, diretora de comunicação e novos projetos da SVB, e Ana Aoki, do departamento comercial da Goshen, palestraram sobre marketing vegano, trazendo estratégias de comunicação e venda também para não veganos.

As empresas que estão entrando neste mercado precisam saber se comunicar com os veganos. Outra questão é como as empresas que não lidam apenas com produtos veganos podem atrair esse público, seja flexitariano, ovo-lacto, ou restrições de saúde.

Larissa explica que muitas vezes a empresa tem um produto que é “acidentalmente vegano” como, por exemplo, paçoca. É importante identificar e atingir esse público, mesmo com produtos simples.

“O método assertivo para identificar e comunicar os produtos veganos atinge o maior número de pessoas possível e converte isso em venda. E, claro, aumentar o número de opções veganas beneficia tanto os animais e o meio ambiente como a saúde dos consumidores”, finaliza a diretora da SVB.

A Fispal Food Service acontece simultaneamente à Fispal Sorvetes até o dia 30, sexta-feira. Ingressos estão disponíveis aqui