As medidas sanitárias sempre foram muito importantes e necessárias para o food service. Porém, desde o início da pandemia do novo coronavírus, se tornaram ainda mais relevantes para o setor gastronômico.
Agora, graças ao avanço da vacinação, estamos começando a enxergar uma luz no fim do túnel e entrar em um cenário pós-pandêmico. No entanto, isso não quer dizer que os restaurantes podem relaxar nas medidas de higiene.
A pesquisa O Futuro do Food Service, realizada pela Fispal Food Service e FGV Jr., mostra que 54% dos consumidores consideram indispensável seguir protocolos de segurança, a partir de agora, como ter álcool gel nas mesas, garçons usarem máscara e ter distanciamento entre mesas. As formas de higienização adotadas na pandemia devem permanecer mesmo quando as atividades presenciais forem totalmente retomadas.
No salão dos estabelecimentos, o público considera indispensável o álcool em gel nas mesas (21,8%), seguido pelo o distanciamento entre mesas (16,8%), o uso de máscaras pelos garçons (15,5%) e os talheres embalados (15,3).
Em seguida, o uso de luvas em restaurantes self-service também é um ponto relevante na questão (11,7%), o que merece destaque, pois a modalidade representa uma porção muito expressiva no mercado de food service brasileiro.
Além disso, destaca-se a demanda por público reduzido mesmo após a pandemia. Com menos relevância, aparecem os critérios de sinalizações para distanciamento (5,7%) e medição de temperatura (4,9%).
Em outros momentos da pesquisa, a higiene também apareceu como critério de satisfação do cliente. Entre os respondentes que mostraram preferência pelo cardápio digital, o principal motivo foi a higiene (24,54%), assim como a característica mais valorizada na embalagem do delivery (72,22%).
Mudanças no comportamento do consumidor
A pesquisa O Futuro do Food Service revela um novo comportamento dos clientes de estabelecimentos gastronômicos, mais exigentes quanto às questões de higiene quando comparado aos hábitos pré-pandemia.
Laís Mariano Zanin, coordenadora da pós-graduação em Gestão de Negócios em Serviços de Alimentação, da Faculdade Senac EAD, analisou o cenário.
“Costumamos dizer que um dos legados da pandemia da covid-19 foi justamente o fortalecimento das medidas sanitárias, um olhar mais cuidadoso com práticas básicas e extremamente necessárias como, por exemplo, as melhorias em relação às pias de lavagem de mão com todos os utensílios e produtos necessários”, opina Zanin.
“Na retomada pós-pandemia é muito importante levar em consideração a manutenção dessas medidas sanitárias que foram fortalecidas e o entendimento de que, apesar de estarmos controlando a transmissão do coronavírus, por meio da vacinação e de outras medidas, seguir as normas de higiene e as boas práticas de manipulação é uma obrigatoriedade estabelecida por Lei, que pode nos proteger de outras pandemias e de doenças transmitidas por alimentos”, avalia a professora do Senac.
Como atender o que o público deseja
No que se refere à adoção da higiene nos restaurantes, Zanin indica que o restaurante sempre busque por um profissional habilitado para apoiá-lo, pois somente as boas práticas não são mais suficientes para a gestão sanitária. É necessário que o profissional trabalhe com base no risco sanitário, de acordo com as características de cada local e com o que é produzido.
De forma geral, Laís aponta alguns procedimentos que podem ser adotados nos estabelecimentos de food service para atender as necessidades dos clientes.
- Garantir procedimentos adequados de higienização dos ambientes de produção e distribuição de alimentos;
- Utilizar produtos de higiene aprovados pelo Ministério da Saúde em quantidade e diluição corretas (de acordo com fabricante);
- Seguir parâmetros de tempo e temperatura no preparo, exposição e distribuição de alimentos;
- Utilizar água e matéria-prima seguras, de fornecedores confiáveis (e previamente avaliados);
- Garantir a saúde dos colaboradores, bem como formação e treinamento em relação às boas práticas de manipulação;
- Seguir os procedimentos orientados pela vigilância sanitária em protocolos e legislações.
Legislações e normas que regulamentam as medidas sanitárias no food service
Sobre as legislações e normas que regulamentam as medidas sanitárias, Zanini explica que não há um padrão no Brasil. Isso porque essas leis são municipais ou estaduais e costumam variar de um local para outro.
A professora cita como exemplo a Portaria 2619/2011, da cidade de São Paulo, que regulamenta as medidas sanitárias na capital paulista.
“As legislações devem ser consultadas e cumpridas na íntegra. Nesse ponto, mais uma vez, a atuação do profissional habilitado é essencial, pois garantirá o entendimento da legislação e os procedimentos necessários para o cumprimento. Vale ressaltar que as recomendações não devem ser implementadas apenas para cumprir a legislação, mas sim para garantir a saúde dos consumidores”, alerta Laís.
A especialista finaliza dizendo que a segurança dos alimentos não é um diferencial do estabelecimento, mas sim um dever de todos os produtores de alimentos.
Garantir procedimentos higiênico-sanitários e a segurança dos alimentos é o mínimo a se oferecer aos clientes. Considerando o perfil dos consumidores mais atentos às informações, os restaurantes que não estiverem alinhados com esses procedimentos terão dificuldade em fidelizar o público e estarão sujeitos a penalização da vigilância sanitária. Assim, estar atento às medidas sanitárias é importante para garantir a sobrevivência do seu negócio.
Para saber mais sobre os novos hábitos e preferências do consumidor, neste momento de retomada do mercado pós-pandemia, confira a pesquisa O Futuro do Food Service na íntegra. Faça o download gratuito.