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Público bem informado é sinônimo de resultado

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A busca por uma alimentação mais saudável e equilibrada tem acelerado o crescimento das proteínas alternativas e turbinado o mercado de grãos.

O comportamento dos consumidores é acentuado por questões como ética animal, saúde pessoal e até mesmo economia, já que as carnes estão cada vez mais caras. Boa parte dessa oportunidade está no fortalecimento do público chamado flexitariano, já abordado especificamente em outro artigo, cujo perfil busca opções a base de vegetais com frequência e consome proteína animal esporadicamente. Para este público, a falta de informação adequada pode ser um grande limitador para o desenvolvimento de uma marca ou produto neste mercado. 

Ainda assim, a perspectiva do ponto de vista de negócios é promissora. De acordo com a UBS investments, o crescimento de alternativas à proteína animal deverá aumentar para US$ 85 bilhões até 2030. Mas a falta de comunicação e até mesmo preço inadequado podem restringir o potencial do setor. Uma pesquisa da Health Focus publicada há pouco mais de dois anos já mostrava que, no Brasil, mais da metade dos consumidores entrevistados comprariam mais produtos de origem vegetal se a comunicação na embalagem fosse melhor e os preços mais acessíveis. Foram entrevistados mais de mais de nove mil consumidores em países como Austrália, Brasil, China, Índia, México, Rússia, Suécia, Inglaterra e Estados Unidos.

Ingredientes sustentáveis

Um dado muito interessante que ilustra a comunicação inadequada está relacionado à composição dos produtos. Para 54% do público brasileiro que segue o estilo de vida ‘plant based’, a presença de ingredientes originalmente sustentáveis na composição do produto é classificada como extremamente ou muito importante. Portanto, matéria prima de qualidade faz toda diferença no momento da compra. 

Há ainda a questão relacionada à economia de tempo e facilidade no preparo. A tendência de procura por produtos que facilitem a vida está cada vez mais forte, sobretudo por causa do perfil jovem. Segundo dados da Mintel’s Global Food & Drink Trend, oito em cada 10 pessoas são compostas pelo público Millennial (de 18 a 35 anos). Outro ponto importante é o sabor. Nos Estados Unidos, por exemplo, um dos principais atributos que o público busca está aparência saborosa do produto na embalagem.

Aqui no Brasil, a grande oferta de itens como soja, feijão, ervilha, grão de bico e coco produzidos pela agricultura gradua o país como um grande fornecedor de matéria prima vegetal, contribuindo para o desenvolvimento do setor. No total, mais de 250 milhões de toneladas de grãos são produzidas no país, anualmente. 

Ingredientes como grão de bico e as algas possuem grande potencial. Neste último caso, quando isolada, oferece sabor e perfil nutricional semelhantes aos do leite e iogurte de vaca. Além dos muitos benefícios nutricionais, ajudam a melhorar a saúde cognitiva, o sistema nervoso, a pele, aumentar a energia e o metabolismo, além de favorecer o desenvolvimento das crianças. O grão de bico, por sua vez, também é popular em itens à base de cereais. Massas feitas tradicionalmente com trigo, milho e arroz, podem utilizar item como complemento, considerado uma das fontes de proteína mais eficientes e sustentáveis do planeta. 

Considerando o espaço agricultável no Brasil e as áreas degradadas pela pecuária, que também podem ser convertidas para plantio de grãos, tudo indica que nunca deverá faltar matéria prima como combustível para o desenvolvimento do mercado vegetal. Felizmente.

*Por Camila Botelho, coordenadora de gastronomia da Sociedade Vegetariana Brasileira

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