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Regras simples e objetivas para a gestão de equipes

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“Um comportamento coerente é sinal de um ego contido e inspira confiança naqueles que o rodeiam”[1]

Todo dia ao sair de casa eu mentalizo ser coerente, essa é para mim a maior virtude de um gestor, onde se enxerga a coerência está a confiança. Assim, fui aos poucos experimentando e criando regras que servem para me orientar quando julgo estar na iminência de perder a coerência nos meus atos, e tem orientado meus trabalhos junto às equipes em que participo, quer seja como líder ou não.

Logicamente que essas regras foram copiadas de gestores com quem tive o prazer de trabalhar e outros a partir de estudos ou acompanhando de suas carreiras. Minhas vinte regras não seguem uma sequência lógica para implantação ou leitura, pois são referências úteis ao dia-a-dia e algumas tem até um apego sentimental, diferente das 52 semanas de lições de liderança do Peter Drucker[2], visto que não quero nem insinuar que há uma interrelação ou ordem entre elas.

Exceção é a regra zero, que para mim é o princípio da gestão. Assim como os samurais[3] do Japão feudal, gestores existem para servir a suas equipes e não o contrário. Aviso aos navegantes, não as leve muito a sério, este é só um ensaio que desenvolvi na prática e pode não ser aplicável a situações particulares e também não tenho a ambição de ser nenhum doutrinador de líderes. Eu mesmo tive muita dificuldade com equipes que não consegui sensibilizar corretamente e as achavam apenas uma brincadeira de um “chefe” que não tinha um propósito claro. Esse estigma, contudo, sempre foi caindo com o transcorrer do tempo, a partir do momento em que o pessoal entendia seus significados e porque deixo de praticá-las formalmente quando a equipe desenvolve a cultura.

Essa prática tem criado equipes consistentes, menos pelo desempenho, que em geral é atingido, mas principalmente pelo grau de cumplicidade que seus membros adotam entre si, colocando a equipe acima do individual (outro princípio oriental que foi descrito em meu artigo do Tsunami, e este como um mantra para desenvolvimento pessoal e atingimento dos objetivos individuais (isso sim para mim é desempenho).

Vou limitar esse artigo à regra zero, longe de querer ensinar líderes experientes ou converter novos gestores às minhas práticas, ouso tomar esse espaço para mostrar a principal lição que tive com os fascinantes líderes orientais com quem tive a satisfação de seguir em minha trajetória.

Regra n°0: Desenvolva o Espírito de Servir

  • A satisfação está em servir.
  • A organização vive para satisfazer as aspirações de seus clientes e colaboradores.

Esta é a regra “0” porque é o princípio de qualquer sociedade, antes de servir não é possível falar sequer em algum tipo de associação de pessoas. Se ninguém serve ninguém, vivemos fora de sociedade, somos individuais.

É, contudo, fundamental lembrarmo-nos desta premissa, visto que muitas vezes nos aprisionamos em nossos egos e nos esquecemos de nossas obrigações principal de servir. A frase descritiva da regra deveria ser uma placa em cada mesa da organização e na entrada de cada lar, talvez assim, nos tornássemos menos individualistas.

Vale lembrar que se trata de um desperdício organizacional tudo que não é focado na satisfação dos interesses de clientes e colaboradores. Clientes satisfeitos voltam, colaboradores satisfeitos ficam.

Para encurtar o assunto e concluir a reflexão com um exemplo contundente, sempre que penso em servi lembro-me de um parágrafo da autobiografia do Sr. Soichiro Honda, sobre sua experiência como presidente de empresa que frequentemente era encontrado na linha de produção, em um posto qualquer, trabalhando ao lado dos seus funcionários:

“De um certo modo, minha empresa tornou-se minha universidade. Lá eu era muito melhor aluno do que havia sido na escola e todos os meus colaboradores eram meus professores. Quando lhes fazia perguntas eu aprendia, pois cada um conhecia bem melhor que eu, e em detalhes, a prática de sua especialidade. Com vinte e cinco mil colaboradores, eu podia dispor de uma soma apreciável de conhecimentos, a mais formidável biblioteca do mundo”[4].

 

[1] CHARAM, Ram, BOSSIDY, Larry. Execução – a disciplina para atingir resultados – 24ª reimpressão. Rios de Janeiro: Elsevier, 2005.

[2] Marciariello, J. A. (2016). Um ano com Peter Drucker: 52 Semanas De Lições De Liderança. Portfolio.

[3] Samurai significa “aquele que serve” numa tradução livre.

[4] HONDA, Soichiro, BEAUCÉ, Thierry, POLAK, Christian. Honda por Honda – 2ª edição. São Paulo: Sigla Editora, 1982

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