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O papel social da proteína vegetal em tempos de pandemia

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Já no início do isolamento social, quem mais sentiu o impacto do desemprego e da redução do movimento urbano foram as classes econômicas mais baixas, compostas principalmente por trabalhadores autônomos e informais. Aqueles que já viviam com a renda no limite para alimentar a família aumentaram a sua preocupação já na primeira semana de pandemia.

Ao mesmo tempo, muitas organizações, restaurantes e buffets se organizaram para abastecer comunidades com marmitas e cestas básicas, criando uma grande rede de solidariedade e ajuda. Como voluntária, participei de reuniões com coordenadores dessas ações e observei que a maior preocupação era com a proteína animal: cara, difícil de armazenar e com alto risco de contaminação em caso de variações de temperatura, a carne representava um grande desafio logístico.

O que poucos imaginam, seja por desconhecimento ou por puro preconceito, é o potencial positivo dos produtos a base de vegetais. As proteínas retiradas de oleaginosas, como a soja, e de feijões, como a lentilha, o grão de bico e a ervilha, oferecem níveis de nutrientes superiores aos derivados de origem animal. Sem contar que não aumentam os riscos no desenvolvimento de doenças malignas, como o câncer.

Uma ótima alternativa às carnes de origem animal é a proteína texturizada de soja (PTS). Acostumados a trabalhar com o produto como matéria-prima há mais de 15 anos, gravamos um vídeo apresentando o ingrediente como solução prática, barata, com alto valor proteico e baixo risco de contaminação. A repercussão do material de orientação foi excelente e muitos buffets já substituíram 100% das carnes de origem animal pela PTS, o que permitiu ampliar o número de marmitas fornecidas e pessoas beneficiadas. Veja aqui a iniciativa do Unidos do Bem, iniciativa do Buffet Glam, na zona sul de São Paulo.

Flexibilidade gastronômica

A proteína de soja está em alta e serve como matéria prima de base para a preparação da maioria das chamadas “carnes 2.0”: produtos com textura, cor e sabor idênticos aos das proteínas de origem animal. O movimento ganhou tração nos últimos anos, sobretudo após o anúncio do lançamento do Impossible Burger, em 2016.

A startup Impossible Foods, que é dona do referido hambúrguer plant based, foi fundada em 2009 e recebeu investimentos de empresas como Google e de empresários como Bill Gates para desenvolver literalmente uma ‘carne’’. A tecnologia desenvolvida para o produto, que é 100% vegetal, permite que o consumidor tenha a impressão de estar consumindo um hambúrguer de origem animal – reproduzindo até mesmo a suculência e textura. O produto é considerado referência no mercado vegano e atende mais de cinco mil estabelecimentos espalhados pelos Estados Unidos, Hong Kong e Macau.

Em termos de manejo e estocagem, a PTS pode ser armazenada em temperatura ambiente durante dois anos, custando de três a seis vezes menos do que as carnes mais baratas. É uma excelente opção para ser utilizada diariamente, seja em restaurantes ‘self service’, ‘a la carte’ ou delivery. Quando bem preparada e temperada faz um papel de mistura com ótima aceitação entre adultos e crianças.

A ideia é seguir divulgando o potencial das proteínas vegetais. O próximo passo será incentivar empresas que montam cestas básicas a incluírem a soja com um modo de preparo prático para que as famílias possam ter uma fonte de “mistura” para o mês. Em tempos de crise, abre-se espaço para novas soluções e mudanças de cultura. É tempo de usar a natureza e a tecnologia a nosso favor de maneira consciente e equilibrada.

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