No dinâmico cenário da indústria de alimentos, bebidas e ingredientes, a FiSA 2023 emergiu como um dos eventos mais aguardados do ano. E quando falamos de um cenário dinâmico, em um ritmo cada vez mais rápido de mudanças e transformações, é impossível não pensar em inovação.
E quando pensamos no futuro do setor, já não podemos mais falar em explorar apenas as tendências. É preciso descer mais um grau de profundidade e mergulhar profundamente no contexto em que essas tendências surgem. Pensando nisso, a Ensaio convidou grandes players do da indústria de alimentos, bebidas e ingredientes para passar por um Design Sprint, uma metodologia que surge a partir de processos do Design e Inovação e se propõe a resolver um desafio complexo e/ou criar um novo produto ou serviço de maneira mais eficiente. Vamos explorar melhor a ideia mais à frente.
Antes de mais nada, é preciso entender que a Ensaio é uma empresa de business transformation que, a partir de consumer insights (análise da jornada, pesquisa etnográfica, entrevista com clientes beta) e mapeamento de tendências de mercado, encontramos os maiores insights para fazer a transformação do seu negócio. E a partir dessas grandes oportunidades encontradas, a equipe de designers da Ensaio, junto com o time multidisciplinar das empresas, usam o poder da criatividade para levar a organização ao próximo nível. Criando soluções, prototipando e testando, chegamos a novos serviços e produtos que aumentam o valor da empresa para o seu cliente, com decisões corretas de negócio.
Agora que estamos familiarizados com os termos da inovação e do design (como mapeamento de tendências, pesquisa, prototipagem e testagem), entender o Design Sprint que foi realizado na FiSA vai ser muito mais interessante.
O Design Sprint é uma metodologia colaborativa e criativa, desenvolvida pelo Google (e, durante oito anos, a Ensaio adaptou e aperfeiçoou a metodologia para que ela se torne mais efetiva e sustentável para as empresas LATAM). O processo de Design Sprint já tem uma duração pré-determinada e, para resolver o desafio complexo ou desenvolver o produto/serviço de forma a otimizar recursos financeiros e de tempo, ela passa por cinco etapas e nesta ordem: entendimento, ideação, seleção, prototipagem e validação.
Ao longo dos três dias de FiSA 2023, 10 players do setor se reuniram junto aos designers para trabalharem em cima das três primeiras etapas do Design Sprint.
Para uma compreensão melhor, vamos dividir o processo feito em cada dia do evento.
Dia 1: 8 de agosto - Etapa de Entendimento
O primeiro dia de Design Sprint foi um mergulho intenso em dados e informações sobre o setor de alimentos, bebidas e ingredientes.
Estavam reunidos para essa empreitada: Ana Clara Bortoluzzi Teixeira, especialista em inovação e P&D na The New; Camila Medeiros, coordenadora de marketing da Tate&Lyle; Camila Colombo de Moraes, pesquisadora e professora com foco em sustentabilidade, ESG, desperdício de alimentos e cadeia de suprimentos; Eros Sester, antropólogo e UX Researcher no Zé Delivery; Fabiana Tyminski, naturóloga e produtora de conteúdo digital, Fernanda Perillo Faria, gerente de marketing com experiência em empresas como Linea, Mundo Verde, Giraffas, Grupo Petrópolis - atualmente no Grupo Boticário; Gessica Sponchiado, gerente de marketing com experiência em empresas como General Mills, Polenghi, Danone, JBS e Nestlé; Patrícia Goes de Oliveira, consultora comercial e estratégia em empresas do ramo alimentício - FLV (folhas, legumes e frutas) e produtos orgânicos; Patrícia Silveira Dirscherl, diretora LATAM de Inovação e P&D na Kraft; e Tatiana Tribess, fundadora e COO na Vegetè, sócia e consultora na FutureFood.
Um dos principais pilares do Design é a pluralidade e a multidisciplinaridade. Por isso, fizemos uma seleção minuciosa de profissionais de diferentes áreas para participar desse Design Sprint, para que, assim, tivéssemos um repertório ainda mais rico e diversificado de ideias e percepções de mundo.
Então, nesta primeira etapa, a equipe se reuniu para definir em qual desafio do setor eles trabalhariam durante os próximos dias. A Ensaio preparou uma jornada para identificar esse gargalo e, junto à coleta de dados e informações relevantes, o desafio foi definido através da ferramenta do Design que chamamos de “CNP”, sigla para “Como Nós Podemos”.
A grande vantagem (e desafio) dessa ferramenta é que ela transforma um problema complexo em uma frase que cabe em um post it. No caso do Design Experience na FiSA, a definição do desafio foi a seguinte:
“Como nós podemos criar ferramentas, processos e estratégias para identificar e entender as reais necessidades dos consumidores com o objetivo de desenvolver produtos surpreendentes?”
Foi a partir desse desafio definido que o Design Sprint tomou forma e direção.
Dia 2: 9 de agosto - Etapa de Ideação
Iniciamos o dia retomando os processos do dia anterior e, a partir do desafio definido, demos um novo passo: visualizar como nós, enquanto players do mercado de bebidas, alimentos e ingredientes, gostaríamos de estar em dois anos.
A meta ficou assim:
Em dois anos, seremos experts no mapeamento das demandas reais do consumidor, conectando-o genuinamente à indústria.
Passamos para uma etapa importantíssima de um Design Sprint que é: após desenhar uma visão otimista de onde queremos estar em dois anos, agora desenhamos uma visão mais “pessimista”. Isso quer dizer que esse é o momento de imaginar que avançamos no futuro, com o projeto já materializado e pensar em todas as formas que o projeto poderia ter dado errado. Essa etapa chama-se Sprint Questions, e nela elencamos perguntas que devem ser respondidas ao final de todo o processo. É uma excelente oportunidade para escavar as suposições de “futuros desastres” e transformá-las em perguntas no presente, mitigando riscos e aumentando a precisão do sucesso da solução.
Então, chegamos nas seguintes Sprint Questions:
“Nós conseguimos criar uma estratégia que se adapte à realidade de cada indústria?”
“Nós conseguimos pensar em como padronizar aprendizados para transformá-los em ideias de negócio?”
“Nós conseguimos conceituar o que são produtos surpreendentes na visão do consumidor?”
Então, iniciamos a etapa de ideação, ou seja, a etapa de projetar soluções para o desafio e a meta definidos. Para isso, nós:
- Discutimos os pontos negativos do que estávamos propondo nessa meta de dois anos - levantamos um possível medo ou receio que as indústrias podem sentir de abrir as portas uma para a outra, em uma colaboração entre áreas de P&D de diferentes indústrias e o enviesamento e pouca aderência de alguns agentes da cadeia;
- Discutimos os pontos positivos, ou os pontos que estão ao nosso favor - o sistema seria fechado por indústria, ou seja, a cadeia inteira de suprimentos consegue ter acesso a esse sistema e o supermercado em que a indústria distribui o produto, também consegue dar inputs sobre a relevância que ele tem no mercado;
- Definimos com mais precisão o conceito de um produto “surpreendente” para o consumidor - notamos que nossa referência eram empresas que entendem tão bem a demanda, a necessidade do seu consumidor, que criam produtos que se tornam hábitos na vida da pessoa;
- Trouxemos referências reais (cases de sucesso) importantes e diversas para a argumentação das ideias que estávamos construindo e para nos servir de inspiração e criar novas saídas para nossos desafios.
Antes de passar pelo storyboard, vale a pena dar um passo para trás e entender exatamente qual foi a solução criada pelo time do Design Experience: eles desenvolveram uma plataforma baseada em inteligência artificial que coleta dados, recebe inputs de uma cadeia toda e consegue mesclar esses dados com outros dados já existentes. Essa ferramenta é capaz de trazer esses arquivos, essas sugestões de conteúdo (e o próprio usuário pode selecionar como ele quer usar dependendo do objetivo que tiver) que surgem através da mescla das informações pré-existentes com as informações recebidas da cadeia da indústria, para, por exemplo ajudá-lo na formação de uma nova estratégia de lançamento de um produto, ou, até mesmo, na formação de um novo produto.
Para isso, usamos uma ferramenta excelente do Design: o Storyboard. O storyboard organizará em uma história dividida em seis quadros, seis partes, o sistema desenvolvido.
O Design Experience na FiSA 2023 não apenas superou as expectativas, mas também reafirmou o papel vital dos processos do Design como um catalisador de progresso na indústria de alimentos, bebidas e ingredientes. Ao proporcionar um espaço para exploração, aprendizado e colaboração entre mentes criativas e inquietas, o Design Experience da Ensaio trouxe à luz os desafios, as tendências e as reflexões mais variadas que hoje impulsionam a indústria. Além de ter sido uma experiência muito divertida com um time de elite, agregadora e bem saborosa!
E, após esses três dias de muita mão na massa e reflexão, o maior aprendizado que fica é: Inovação não é mágica. É processo.
E não acaba por aqui:
Você está convidado para uma jornada pela inovação no setor de alimentos, bebidas e ingredientes! Junte-se a nós no webinar "Jornada pela Inovação - Design Experience", onde a FiSA e a Ensaio vão compartilhar uma experiência única de colaboração com grandes players do mercado.
Neste webinar, vamos explorar o processo de 3 dias que conduzimos no aquário da Design Experience na FiSA 2023, com o objetivo de criar soluções inovadoras para desafios estratégicos, unindo mentes brilhantes em um ambiente de co-criação e criatividade.
Agenda:
- Como criamos a Design Experience
- Quem recrutamos para essa jornada inovadora
- Qual foi o desafio que nos impulsionou
- Preparação Estratégica
- Jornada de Resolução de Problemas
- Prototipagem: Apresentação de soluções tangíveis
- Apresentação do Relatório final
O Relatório completo já está disponível para assinantes do BrainBOX. Assine já e não perca essa oportunidade!
