Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) tem transformado diversos setores, incluindo o de food service, ao buscar soluções tecnológicas mais conectadas e acolhedoras para os consumidores. E o grande desafio é humanizar as práticas que envolvem a IA, visto que desassociar a alimentação de suas raízes sociais e culturais é tirar do ato de comer uma parte significativa de sua característica fundamental de restaurar, do consumidor mais tradicional ao 5.0.
A IA foi além dos departamentos de marketing e desenvolvimento de produtos, trazendo avanços significativos em automatização de processos e atendimento ao cliente. Exemplos disso são o uso crescente de bots, sistemas de autoatendimento e o impacto das dark kitchens, que integram tecnologia avançada em suas operações. Até o metaverso, que movimenta investimentos globais, já começa a influenciar o setor de alimentação. Não existe a menor possibilidade de fechar as portas para esse novo fluxo, mas é importante entender como ele pode ajudar sem atrapalhar o core da operação.
No setor de alimentação, a IA, o machine learning e tecnologias associadas têm sido facilitadores tanto na produção quanto no atendimento. De pequenos bistrôs a grandes redes, a tecnologia já impacta desde operações simples até sistemas complexos que produzem milhares de refeições por dia. Ainda assim, por mais que a automatização otimize os processos, a conexão humana permanece essencial. Alimentação é cultura, integração e emoção. Para o food service, o desafio é equilibrar a previsibilidade da IA com a espontaneidade, a criatividade e a empatia humanas. Esse equilíbrio entre o encantamento com o virtual e a valorização do real se apresenta como um dos maiores desafios atuais.
Imagine ter uma experiência gastronômica no metaverso, com comida virtual digamos assim. Pode soar futurista, mas já existem restaurantes virtuais que oferecem essa possibilidade. Relatórios recentes, como o Food Industry 2022/2026, indicam que a adoção do metaverso no setor será inevitável, com potencial para gerar receitas expressivas. Exemplos como o PizzaDAO mostram como a comercialização de pizzas em formato NFT (Non-Fungible Tokens) pode movimentar milhões, mesmo que os produtos sejam apenas digitais.
A ciberalimentação, que une blockchain, NFTs e realidade virtual, ainda está em fase inicial, mas demonstra grande potencial econômico. No entanto, no mundo físico, o consumidor exige comida real, com sabor, qualidade e autenticidade. O consumidor classificado como 5.0, conectado e crítico, que utiliza ferramentas virtuais para solicitar, pagar e avaliar refeições, influencia diretamente a reputação das marcas e torna-se um aliado ou um desafio para o setor, mas continua buscando prazer e conexão com o real na comida.
Parece muito fantasiosa essa associação? Mas a tecnologia de NFTs também pode ser aplicada para garantir a autenticidade e a procedência de um vinho, por exemplo. O uso estratégico da IA é o cerne, como ele pode ajudar operadores a aprimorar suas ofertas e atender às expectativas de um público cada vez mais exigente, sem que a oferta perca suas características únicas.
Queremos comida com alto grau de rastreabilidade, entregue de maneira rápida, mas com gosto de casa da vó ou daquele restaurante que tem um tempero só dele. A tecnologia automatiza processos, melhora a logística, personaliza serviços e até prevê demandas, garantindo experiências mais satisfatórias. O essencial é lembrar que a alimentação vai além da tecnologia: ela envolve tradições, emoções e interações humanas que precisam ser preservadas e celebradas.