Com a reabertura depois do arrefecimento da pandemia, as experiências em lojas e espaços de convivência voltaram a ganhar destaque. Dito isso, é preciso considerar formas de capturar o consumidor não só pelo estômago, também pela experiência multissensorial que uma loja física pode oferecer.
O Shopping Tamboré encontrou uma maneira de inserir mais marcas no seu portfólio de restaurantes, bares, cafeterias e lanchonetes. E de uma maneira mais barata. O shopping criou um coletivo de estabelecimentos em um anexo do seu espaço principal.
Iniciado em 2022, o Taste Lab é uma iniciativa inovadora que combina experiência e consumo de uma maneira despojada e acessível em um dos principais shoppings do estado de São Paulo. O Tamboré, que pertence ao grupo Aliansce Sonae + brMalls, fica em Barueri, cidade da região metropolitana.
O Taste Lab tem área externa com playground e espaço de convivência; restaurantes peruano, francês e japonês; hamburguerias, espaços especializados em drinks e cafés; entre outras atrações. O espaço é gerido por um chefe de cozinha responsável por questões diversas, que vão desde o cardápio até as bandas que tocam aos finais de semana e demais eventos.
“A gente queria um conceito que fosse mais barato que uma loja que custa de 150 mil a 500 mil reais, considerando operações pequenas. A ideia é que ele consiga montar a operação com menos de 100 mil reais”, conta Eric Ruza, gerente de operações do BR Malls.
Os boxes são organizados pela administração do shopping, já as empresas ficam responsáveis por preencher o espaço da melhor forma. Os contratos entre as empresas que ocupam os boxes e o shopping são de 3 anos, contra 5 anos para lojas internas. “A ideia é ir renovando para que as marcas passem a abrir uma loja no interior do shopping, ocupando a praça de alimentação ou um restaurante”, diz Ruza.
Compartilhamento de custo e espaço
O compartilhamento – não só do espaço, mas também da parte operacional –, permite que a operação saia mais barata para ocupantes dos boxes, que compartilham o trabalho de profissionais para limpeza e demais serviços, reduzindo o gasto com pessoal e até mesmo com itens pequenos de operação.
A reunião das marcas em um espaço também permite um esforço mais concentrado em divulgação. O espaço tem feito iniciativas tanto em mídia física (como outdoors) e online. Na internet, destaque para a divulgação das atrações especiais, como bandas de música e outras. “Todo mês a gente tem de três a quatro atrações, fora a música ao vivo. No Carnaval tivemos evento temático, assim como no Dia das Mulheres do ano passado, quando mulheres artistas apresentaram e explicaram suas obras para os visitantes”, explica Ruza.
Em termos de faturamento, o espaço é hoje, com seus 2 mil metros quadrados de espaço, a sexta maior âncora do shopping. O tíquete médio é de 64 reais, de acordo com os dados de fevereiro, contra cerca de 40 reais da praça de alimentação. Durante a semana, o espaço recebe principalmente pessoas em horário de almoço que trabalham na região, já durante o final de semana, a prevalência é de famílias.
