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Como não cair na armadilha das tendências tecnológicas para a indústria

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‘Mais importante do que conhecer as tendências tecnológicas é avaliar estrategicamente sua real aplicabilidade’, escreve Carolina Abrantes.

*Por Carolina Abrantes

O começo do ano é o momento de colocar em prática novos projetos e transformações que foram priorizados na sua organização para o atingimento das estratégias definidas.

Mesmo em meio a crises econômicas e políticas e à atual incerteza do cenário global, é preciso encontrar espaço para inovar continuamente em produtos, serviços e processos. E quando falamos em inovação, é difícil não falar sobre tecnologia.

Se atualizar e se antecipar sobre tendências tecnológicas se torna um dever de casa obrigatório para a indústria. O Gartner® traz uma relação das dez principais tendências para 2023 e como as empresas podem aplicá-las em seus negócios. De acordo com os dados mostrados nesta publicação, 94% dos CEO desejam manter ou acelerar a transformação digital impulsionada pelo período pandêmico.

Gartner® - 10 principais tendências 2023.png

Mais importante do que conhecer as tendências tecnológicas é avaliar estrategicamente sua real aplicabilidade. Como qualquer projeto inovador que envolve riscos, a escolha errada de tecnologias avançadas, que sua operação ainda não esteja pronta para adotar, pode se tornar um pesadelo e uma âncora para sua estratégia.

Vejo, todos os anos, empresas afundando enormes orçamentos e tempo em projetos fracassados de inovação tecnológica. Além do claro prejuízo financeiro, o insucesso de projetos com grandes promessas de transformação afunda a moral da organização.

Para evitar esse tipo de decepção, é importante avaliar alguns fatores que podem ajudar sua empresa a entender melhor se está pronta ou não para a adoção de uma nova tecnologia. Abaixo, apresento alguns deles.

Apetite a risco e alinhamento estratégico

Em primeiro lugar, sua empresa precisa avaliar seu apetite a risco e sua intenção de ser um “first mover”. Além disso, é importante ter uma matriz muito clara de correlação direta entre as tendências tecnológicas e os objetivos da sua empresa. Esse parece um passo trivial, porém, na ânsia de querer ser um “first mover” para uma tecnologia que muitas indústrias estão adotando, algumas empresas não percebem que, para o seu contexto, aquela não é a melhor opção do momento e acabam forçando uma barra, querendo chamar tudo de prego para usar o martelo escolhido.

Definição de um caso e uso e parceiros experientes

Outra forma de aumentar as chances de sucesso da adoção de tendências é definir um caso de uso de negócio para a adoção da tecnologia escolhida. O caso de uso precisa trazer uma narrativa muito clara e alinhada à estratégia da organização. Ainda, a escolha de um ou mais parceiros que tenham conhecimento e experiência na tecnologia, e até mesmo no caso de uso escolhido, é fundamental.

São muitos os fatores de risco naturalmente existentes em um projeto de inovação tecnológica. Se será um caminho de experimentação para sua organização, escolha um parceiro que já tenha experiência prévia com casos e resultados reais que sirvam como benchmark. Caso contrário, será um time de aventureiros com maiores chances de fracasso.

Consumo de recursos concorrentes

Por fim, observe se sua empresa não está conduzindo muitos projetos de adoção de novas tecnologias ao mesmo tempo. Essa é uma cilada na qual muitas empresas se colocam sem, muitas vezes, perceberem. Um projeto local liderado por uma área aqui, outro por outra área ali e, nesse ritmo, recursos demais são consumidos ao mesmo tempo, aumentando as chances de insucesso dos projetos concomitantes.

Construa uma visão global e única de projetos de inovação. Por mais que o protagonismo local seja incentivado na sua empresa, ter uma mínima governança central que traga esse tipo de análise sobre quais e quantos projetos estão sendo conduzidos, com uma visão de roadmap, ajuda a evitar uma sobrecarga.

Assim, evite que sua empresa caia na armadilha da sedução e da pressão pela adoção das tecnologias que estão em alta avaliando esses fatores, dentre outros. Apetite a risco, correlação estratégica, casos de uso claros, parceiros experientes e um roadmap corporativo te ajudarão a ter mais sucesso nessa jornada.

Em um ano com pouco espaço para erros e desperdício de recursos, espero que sua organização faça escolhas com sabedoria e não se perca no tumultuado dia a dia.

*Carolina Abrantes, Sócia-diretora e cofundadora da Bridge & Co. Líder das práticas de Transformação Ágil e Estratégia Digital. Engenheira de Produção pela UFRJ, com MBA Executivo pela Fundação Getúlio Vargas. Professora adjunta do curso de especialização em Engenharia de Processos de Negócio da Poli-UFRJ.

 

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