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Tipos de adoçantes e todas as suas implicações na indústria alimentar

Article-Tipos de adoçantes e todas as suas implicações na indústria alimentar

Tipos de adoçantes: mulher adicionando um sachê de adoçante à sua xícara de café
Pelo menos um a cada 10 brasileiros utilizam adoçantes em diferentes situações. O ingrediente é a mais conhecida alternativa ao açúcar e atende a diferentes públicos e dietas. Acompanhe as implicações dos tipos de adoçantes para a indústria alimentícia.

Segundo relatório da pesquisa “Utilização de adoçantes no Brasil: uma abordagem a partir de um inquérito domiciliar”, produto da união de pesquisadores de diferentes regiões e instituições brasileiras, o uso de adoçantes entre a população adulta brasileira foi de 13,4%.

A estimativa se aproxima do dado de consumo de adoçantes pelos estadunidenses, país em que também há uma prevalência de 10% do uso de diferentes tipos de adoçantes pela população.

O sabor adocicado costuma ser uma preferência quase majoritária entre os consumidores. Principalmente no Brasil, onde a população está historicamente acostumada a consumir receitas com mais açúcar graças ao passado colonial, marcado pela alta produção açucareira.

Seja para adoçar o cafezinho ou para saborizar receitas de sobremesa mais populares, o açúcar é um produto da rotina dos consumidores. Apesar de adocicar o paladar e provocar boas sensações, o consumo de açúcar também está associado ao desenvolvimento de problemas de saúde como a diabetes, obesidade, hipertensão e outras problemáticas associadas a dietas com excesso de carboidratos.

Os adoçantes surgiram, então, como alternativa mais saudável e como uma maneira de não restringir totalmente o sabor doce da dieta de pessoas que já desenvolveram essas doenças ou para quem deseja manter o equilíbrio na rotina alimentar. 

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Alternativas ao açúcar refinado

O refinamento do açúcar é o processo químico de manipulação da matéria-prima em que há adição de aditivos químicos para branquear o açúcar.

Neste processo, muitas vitaminas e minerais são perdidos e o produto final é mais pobre em nutrientes. Mas é o processo mais barato de produção, por isso, é o tipo de açúcar mais fácil de ser encontrado e mais barato para compra.

Os adoçantes, embora também sejam produzidos a partir de intervenções químicas, representam uma alternativa em que a modificação da composição é intencionalmente pensada para ser mais saudável em comparação ao açúcar tradicional.

Adoçantes artificiais

 colher de madeira com pó solto branco em cima. Ao lado, três sachês de adoçantes abertos.

Os adoçantes artificiais mais populares são a sacarina, o aspartame, a sucralose e o acessulfame de potássio. Geralmente são vendidos no formato líquido ou em pó e costumam ter quase 0 kcal por porção, o que é um atrativo para pessoas em dietas com rígido controle calórico.

Os adoçantes artificiais não são compostos nutritivos pois cumprem um papel exclusivo de adocicar o paladar e proporcionar o sabor doce, sem outras funções nutricionais associadas.

Essa categoria costuma conter sódio na composição, o que cria uma restrição de uso para pessoas com hipertensão. 

Há uma discussão importante a respeito da associação do desenvolvimento de câncer e outros problemas mais graves relacionados ao consumo de adoçantes artificiais. 

No circular mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc), o aspartame foi classificado como “possivelmente cancerígeno”.

A nova classificação não é determinante pois os estudos ainda estão em desenvolvimento, mas cria um alerta para que a população evite o consumo de adoçantes artificiais e priorize o consumo de naturais.

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Adoçantes naturais

Extraídos da natureza, de frutas, plantas, grãos e cereais, os adoçantes naturais se tornaram cada vez mais populares por representarem uma alternativa ao açúcar refinado, ao mesmo tempo em que são fontes nutritivas e com benefícios funcionais, além do sabor naturalmente adocicado.

Os principais tipos de adoçantes naturais são o xilitol, taumatina, estévia, sorbitol, eritritol, manitol e maltitol. A frutose pode ser considerada um tipo de “açúcar natural”, mas não necessariamente um tipo de adoçante, pois ela não pode ser manipulada como um ingrediente em separado a ser adicionado aos produtos alimentares.

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Informações nutricionais sobre os tipos de adoçantes

Como podem ser de fonte vegetal, esses adoçantes agregam em valores nutritivos e até com benefícios preventivos para a saúde, como o caso do xilitol, com indícios de que atua contra cáries.

O potencial de adocicar desses adoçantes é igual ou bastante superior ao do açúcar e o sabor varia de acordo com a matéria-prima, mas costumam ser substâncias com alguma medida de refrescância e poucas notas de amargor.

Aplicações na indústria alimentar

Dentro da indústria alimentícia, os produtos dietéticos, como os adoçantes, apareceram pela primeira vez como substitutos ao açúcar dos refrigerantes e dos snacks, no final do século XIX e início do século XX. Era o momento dos rótulos diet, indicados para pacientes diabéticos e para o tratamento da obesidade.

Com o passar do tempo e o aumento da conscientização da população sobre alimentação saudável e o desenvolvimento de um estilo de vida mais preocupado com a origem dos ingredientes, um selo de light ou diet não é mais suficiente para que o produto faça parte da cesta dos consumidores.

A indústria de dietéticos se expandiu para outros grupos de interesse, como praticantes de atividades física, atletas amadores e pessoas que querem seguir uma dieta com menos açúcar artificial. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (ABIAD), em 2022 o consumo de bebidas dietéticas teve aumento de 13,4% e 11,5% nos adoçantes comparado à 2021.

Na composição do refrigerante zero há adoçantes como o aspartame, por exemplo. Mas há produtos industrializados que optam por receitas com adoçantes naturais, principalmente da família dos edulcorantes como o sorbitol.

O que preferem os consumidores?

Em estudo publicado no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, constatou-se um aumento do consumo de adoçantes em 200% entre o público infantil e de 54% entre o público adulto.

A entrada do público mais jovem chama atenção porque a obesidade infantil acomete pelo menos 12% das crianças brasileiras, segundo dados da OMS. Portanto, o consumo de adoçantes em substituição aos açúcares refinados é um ponto de partida interessante para pensar a saúde alimentar desde a infância.

Já para o grupo adulto, a tendência de aumento de consumo dos adoçantes certamente está relacionada à mudança dos hábitos alimentares e de estilo de vida vividos desde a pandemia, em 2020. A população ficou mais preocupada em retomar ou iniciar cuidados com a saúde física e mental após o período pandêmico.

Isso inclui novas rotinas alimentares, com a redução do consumo de açúcares, gorduras saturadas, sódio e produtos ultraprocessados.

Legislação e regulamentação dos adoçantes no Brasil

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Como qualquer outro produto alimentício, os adoçantes passam por diferentes processos de regulamentação e de indicação do consumo diário adequado. Mesmo que sejam substitutos interessantes ao açúcar refinado, não significa que podem ser consumidos em qualquer quantidade. Exagerar nos ingredientes adoçantes pode causar prejuízos à saúde.

Nesse sentido, a OMS, em nível mundial, e a Anvisa, em nível nacional, são os órgãos responsáveis por determinar os critérios de qualidade para produção e circulação dos adoçantes no mercado.

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Dietas para emagrecimento e reeducação alimentar

Em diretriz mais recente, a OMS avaliou resultados científicos mais recentes e estipulou que os edulcorantes ou adoçantes sem açúcar, não podem ser utilizados como controladores de peso corporal ou como redutores de doenças como a diabetes.

Isso significa dizer que o consumo dos adoçantes não está atrelado diretamente a reduzir gordura corporal ou evitar o desenvolvimento de diabetes. O novo critério trata apenas de esclarecer os reais efeitos da utilização do adoçante e não indica que os consumidores tenham que parar de utilizar ou que outros possíveis benefícios do ingrediente adoçante não existam.

Para o Brasil, a Anvisa está avaliando o novo critério em conjunto com o Ministério da Saúde, para decidir sobre a decisão dentro do contexto da indústria nacional. 

A produção e distribuição dos tipos de adoçantes no Brasil deve sempre passar pela autorização da agência e passa pela avaliação que segue à risca as orientações do Comitê de Especialistas em Avaliação de Segurança de Aditivos Alimentares da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da OMS.

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