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A Circularidade do Vidro

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Iniciativa que envolve empresas, Universidades e instituições no geral tem por propósito o aumento da captação e reciclagem de embalagens de vidro no Brasil

O vidro é uma matéria-prima nobre para embalagens nos mais variados produtos. Sua utilização se dá na indústria de alimentos, bebidas, perfumes, produtos químicos, entre tantas outras áreas.

A Abividro (Associação Brasileira das Indústrias de Vidro) destaca algumas vantagens das embalagens de vidro:

  • é um material 100% reciclável e, portanto, sustentável;
  • não reage quimicamente com o produto armazenado por ser inerte, conservando as características do produto armazenado;
  • impede a ação de qualquer agente externo por ser impermeável, conservando o seu conteúdo por mais tempo;
  • permite os mais variados designs;
  • trata-se um mau condutor térmico, o que conserva melhor os alimentos que dependem da temperatura, como o palmito, a azeitona e as bebidas alcoólicas.

Junto com todas essas vantagens, soma-se o fato de que 1 quilo de cacos de vidro vira, exatamente, 1 quilo de nova embalagem, com 100% de aproveitamento. Quando é relançado no processo produtivo, melhora a produtividade dos fornos, requerendo menos temperatura e, consequentemente, energia, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera. Esse último ponto ressalta a importância do retorno das embalagens descartáveis de vidro para ciclos produtivos. Contudo, a embalagem não retorna, obrigando as fabricantes do produto a recorrerem a importações de cacos de vidro até da Bélgica para garantir a produção de suas instalações fabris.

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A embalagem de vidro é mais pesada em relação às de outros materiais. Quando quebrado, o vidro é cortante, apresentando alto potencial de machucar quem o manuseia. Além disso, o material é barato para o catador, sendo que um kg de vidro apresenta um retorno financeiro que é um percentual da mesma massa em alumínio, por exemplo.

Assim, faz-se necessária a mobilização da indústria, das instituições, da academia e da sociedade para aumentar a captação desse material que, apesar de representar somente 2,7% do total de resíduos sólidos urbanos no Brasil, corresponde a uma produção total de 980.000 toneladas por ano.

Nesse sentido, o Grupo Petrópolis e o SENAI / CNI criaram a iniciativa da Circularidade do Vidro, programa que une empresas, instituições de pesquisa e desenvolvimento e Universidades do país, tendo como principal propósito a recuperação e reutilização das embalagens de vidro no território nacional. O projeto nasceu de um sonho de eliminar tais embalagens dos aterros sanitários e lixões, que, infelizmente, ainda são da ordem de 3.000 no país.

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A chamada do projeto teve o retorno de 22 propostas, o que totaliza R$ 50 milhões em investimentos. As iniciativas envolveram organizações de todo o país em parceria com as instituições SENAI das localidades, contemplando também Universidades e outros centros de excelência. Das propostas, foram selecionadas 13 que atenderam aos requisitos de aumentar a captação do vidro, sua retornabilidade e proporciona soluções para áreas remotas, distantes das fábricas de embalagens. Além disso, o desafio envolve não aumentar a emissão de CO2 na atmosfera. Para apresentação, foram convidados diversos especialistas no mercado, além de instituições que poderiam ter interesse na execução do projeto como fabricantes e recicladores.

Num encontro envolvendo 20 instituições, além dos representantes nacionais e regionais da CNI e do SENAI, as 13 propostas foram divididas em três grupos, sendo:

  1. soluções inovadoras em novos produtos a partir do vidro;
  2. aumento na captação do vidro a partir de plataformas, equipamentos e serviços;
  3. educação e treinamento para aumento da conscientização sobre a reciclagem do vidro.

Com o amadurecimento das frentes de projeto e a captação de recursos junto às empresas e instituições com fomentos governamentais, espera-se seguir nas três frentes e proporcionar ao vidro seu real valor em sustentabilidade, contribuindo ambiental e socialmente, além de proporcionar o desenvolvimento da indústria brasileira.

*Alaercio Nicoletti Junior é Gerente de Sustentabilidade do Grupo Petrópolis e professor da Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

 

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