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Os desafios da venda de alimentos no varejo

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Com a pandemia, o setor se vê frente a desafios na venda de alimentos no varejo. Saiba como lidar com esse novo cenário.

Com o cenário de pandemia, muitas empresas de alimentos e bebidas, e o próprio varejo, precisaram se reestruturar para buscar formas de minimizar o impacto desse momento atípico também nos negócios. Nesse contexto, a venda de alimentos no varejo passou a contar com novos e com antigos desafios ressignificados.

No entanto, em meio a tantas mudanças, incertezas e dificuldades, registraram-se alguns resultados positivos. Em pesquisa da InfoVarejo sobre impactos da COVID-19 nos supermercados, constatou-se que mais de 50% dos estabelecimentos consultados obtiveram crescimento comercial nesse período de pandemia, especialmente os de bairro. Produtos como massas instantâneas, por exemplo, tiveram um crescimento de vendas de mais de 12% nos até o mês de abril, conforme dados da ABIMAPI (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados).

Patricia Cotti, diretora executiva do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Consumo (IBEVAR), ressalta que "a pandemia afetou o setor com ressignificação dos produtos e das compras. As pessoas passaram a cozinhar mais em casa e para a família, o que muda a cesta de compras, com pedidos também mais constantes em delivery para fugir da rotina. Com relação à composição das cestas, também se percebe o movimento duplo de crescimento de itens de saudabilidade e dos relacionados à indulgência (ao ato de se permitir). Itens de indulgência, como cervejas, vinhos, leite condensado e creme de avelã tiveram acréscimo de vendas. A ação do Pão de Açúcar Adega de promoção de vinhos (“compre 2 leve 4”) realizada no dia 23 de maio, por exemplo, vendeu mais de 230 mil garrafas em um único dia. O consumo do leite condensado, segundo a Embrapa, cresceu 14%".

COVID-19 e os desafios da venda de alimentos no varejo

Adotar inovações tecnológicas, como as prateleiras inteligentes, e oferecer ao cliente um nível mais elevado de rastreabilidade e de transparência em toda a cadeia do produto alimentício: esses eram desafios da venda de alimentos no varejo já identificados antes do cenário de pandemia. E eles foram acentuados, também, com a mudança comportamental de consumo trazida pela COVID-19.

Há, ainda, outros desafios para a venda de alimentos no varejo que podem ser destacados, incluindo:

Estratégia omnichannel 

O consumidor será, cada vez mais, multicanal. Para acompanhá-lo, é fundamental que a venda de alimentos no varejo também seja omnichannel. 

Nesse cenário de pandemia, a transformação digital e a utilização de canais de comércio eletrônico foram aceleradas. As recomendações de isolamento favoreceram as compras sem sair de casa. Com isso, quem já tinha o costume de comprar pela internet ampliou ainda mais esse hábito. E, quem não o exercia, passou a descobrir suas facilidades, comodidade e conveniência. 

Um estudo realizado pela Criteo averiguou que a compra de mantimentos via internet cresceu mais de 230% no Brasil na segunda semana de abril, por exemplo, sendo que algumas categorias registraram um aumento ainda mais expressivo - a de snacks, por exemplo, teve um incremento acima de 720% no período.

No entanto, para isso, o varejo precisou se adaptar muito rapidamente. Conforme levantamento da InfoVarejo, 60% dos supermercados consultados que não tinham canais online ou remotos de vendas passaram a comercializar seus produtos por meio de tele-entrega ou delivery durante a pandemia. Porém, o canal de e-commerce foi implementado apenas por 7% desses estabelecimentos, o que evidencia um dos grandes desafios para a venda de alimentos no varejo daqui para a frente. 

E isso deverá permanecer no cenário pós-pandemia, no que vem sendo chamado de novo normal. Um estudo da Social Miner apontou que 62,7% dos entrevistados deverão mesclar compras de mercado online e offline, e que 10,9% deverão fazê-lo apenas via internet após a quarentena.

Novos serviços de conveniência

Neste momento, adaptabilidade é um dos conceitos-chave para minimizar os impactos comerciais da pandemia. O cliente está buscando mais consistentemente formas de se preservar, ficar seguro, mas mantendo, em alguma medida, questões como comodidade e praticidade.

Nesse sentido, é importante desenvolver formas de oferecer novos serviços que viabilizem esses ganhos para o cliente na venda de alimentos no varejo. Opções como “click&collect” ou “compre no site e retire na loja” deverão se popularizar, demandando dos estabelecimentos avanços em questões como a integração do varejo físico e do digital, precisão em controle único de estoque, entre outras.

Para a indústria alimentícia, pensar em questões como a embalagem ideal para esse tipo de venda pode ser um ponto importante para viabilizar o serviço agora, e também para o consumidor DC (Depois do Coronavírus).

Segurança dos produtos

De acordo com a quinta pesquisa sobre o consumo de frutas, legumes e verduras, organizada pela Produce Marketing Association (PMA), para os consumidores de alimentos frescos, a confiança na compra de um alimento seguro é fundamental para 79% dos consultados e, para 54%, ter embalagem acondicionando os produtos frescos eleva essa segurança. 

Para esses itens, o prazo de validade curto é um entrave entre 73% dos participantes, que lembram que a questão financeira do desperdício de um produto com menor durabilidade também impacta como barreira para sua compra. 

Nesse contexto, recursos como as embalagens ativas, que ajudam a elevar o shelf life dos alimentos e sua vida útil secundária (após a abertura da embalagem), além de agregar outros recursos que elevam o nível de segurança do alimento, devem ajudar a indústria a lidar com esse desafio para a venda de alimentos no varejo.

Saudabilidade dos alimentos

Esse atributo ganhou destaque durante a pandemia e deverá permanecer na mente e no comportamento do consumidor no novo normal. 

"Há uma maior busca por produtos mais saudáveis, à medida que as pessoas começam a fazer suas próprias refeições e tentam manter uma rotina de melhora da alimentação. A busca por alimentos com vitamina no Google também cresceu, bem como a de índices nutricionais dos alimentos", enfatiza a diretora executiva do IBEVAR.

Desse modo, para manter e melhorar resultados na venda de alimentos no varejo, diversos caminhos podem ser tomados, desde revisão de categorias e portfólio de produtos, mudanças em sua composição, até um redesign de embalagem para destacar itens nutritivos e benefícios à saúde.

Relacionamento do varejo com a indústria

Em um cenário de incertezas, mudanças constantes e instabilidade, manter um bom relacionamento e a comunicação fluida, ágil e sem ruídos entre indústria e varejo é crucial.

Para vencer os desafios da venda de alimentos no varejo, será cada vez mais necessário proatividade do setor. É preciso abertura para criar parcerias, ações promocionais pontuais e inovações que permitam a adequação de produtos, serviços e canais de venda que o cliente pós-coronavírus vai demandar. 

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