A aprovação do parecer da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara dos Deputados, aliada à recente mudança nas leis trabalhistas, reaviva a confiança dos setores produtivos na tão esperada retomada do crescimento. Agora, dá para dizer que estamos com um pé fora da crise, voltando ao eixo e aos investimentos de forma gradual. Mas é certo também que ainda faltam outros passos, igualmente importantes, para que o processo de retomada se consolide e resulte em reflexos positivos e duradouros nos indicadores econômicos e na totalidade do mercado.

Tudo indica que as próximas etapas sejam a reforma tributária e o indispensável pacto federativo, que darão alento e transparência ao uso e distribuição dos recursos no Brasil. Há muito a ser feito, em diferentes áreas, o que exigirá muito debate, empenho, trabalho e determinação, tanto de empresários quanto do Poder Público e da população. Quanto antes começarmos, mais rapidamente voltaremos a nos desenvolver.

Mas é importante lembrar que, fora as medidas mais abrangentes, há questões setoriais que precisam de uma atenção especial. Para nós da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), a aprovação da versão atualizada da Lei Geral do Turismo na Câmara dos Deputados é uma delas: fundamental e improtelável. Acreditamos que juntamente com a abertura de até 100% de capital internacional nas áreas nacionais e com a isenção de reciprocidade nos vistos para quatro países emissores de visitantes teremos um arcabouço de condições para modernizar e aquecer o setor, tornando mais competitivo aos olhos do mundo.

Obviamente, não é apenas dessas medidas que o setor prescinde. O convênio do Ministério do Turismo com Iphan para fortalecer o turismo histórico e cultural é um recente – e belo – exemplo de parceria capaz de incrementar a atividade e atrair cada vez mais visitantes. O incentivo à realização de feiras, eventos e encontros com os meios de hospedagem se torna essencial para network, atualização de modelos, negociações com fornecedores e aprendizado etc.

O Brasil não pode perder, mais uma vez, a chance de figurar entre os destinos mais cobiçados do mundo. Temos que aprimorar nossa legislação, modernizar nossa infraestrutura e buscar tecnologia e capacitação para competir de igual para igual com qualquer outro país.

Basta que façamos a nossa parte – agora!

 

* Por Alexandre Sampaio, presidente da FBHA