Com a crescente preocupação em entregar produtos com o selo ESG, a indústria de alimentos e bebidas cada vez mais se prepara para substituir o plástico por similares biodegradáveis que cumpram a mesma função em toda a cadeia de alimentos e bebidas, da linha de produção à embalagem.

Uma das soluções apresentadas na Fispal Tecnologia 2023 veio da Sunnyvale, que comercializa as cintadoras TXL24 da marca Bandall. O equipamento, explica Leandro Lopes, Gestor do Marketing da Sunnyvale, usa menos energia e troca o plástico pelo papel kraft, cujos cintos agrupam produtos antes plastificados numa bandeja de isopor, como frutas. Este mesmo “encintamento”, como se diz no jargão do negócio, já vem sendo utilizado no invólucro de potes de sorvete, pela indústria do setor, assim como ovos e outros produtos orgânicos.

“A pauta ESG está intrínseca ao equipamento”, explica o gestor Lopes. “Nossa linha ecológica agrega valor ao produto e, no caso de orgânicos, este tipo de cinto permite que ele não perca esta pegada sustentável que ele tem.”

Pensando na diminuição cada vez maior do plástico no processo produtivo, a Sunnyvale trouxe também à feira as codificadoras (que fazem a função de etiquetadoras) com tecnologia voltada para a indústria 4.0.

A era das etiquetas, assim, fica com os dias contados. Com reservatório de 1,4 litro, a codificadora Bandall usa tinta à base de óleo vegetal, sem a adição de produtos químicos, e é capaz de fazer 400 mil impressões em papel poroso com o vasilhame de tinta cheio.

“O descarte do linete (fita em geral de plástico encerado que sobra após a retirada da etiqueta) é um problema ecológico terrível e caríssimo para a indústria, que é resolvido pela etiqueta impressa, que não se utiliza dele”, analisa Lopes.

Outra empresa que produz este tipo de etiqueta térmica que não necessitam de ribbon plástico ou metalizado é a Bizerba. As etiquetas térmicas da companhia não trazem o problema do descarte (difícil) deste material, o ribbon. “A qualidade térmica é muito melhor”, afirma Jonatan Almeida, Especialista de Produtos da companhia. “A nossa linha mais rápida consegue etiquetar até 50 mil caixas ou produtos por dia, numa jornada de oito hotas”, afirma, ressaltando ainda o fato de que suas etiquetadoras são muito compactas.

Outra preocupação da indústria que este tipo de processo de etiquetagem, sem cola, sem etiqueta em si, assegura, é o rastreio. “Temos código de rastreio 2D e 3D que permite o rastreamento do produto do momento em que ele é ‘etiquetado’ até o consumidor final”. E as informações, para a alegria do produtor e do consumidor final, permitem total automação dos sistemas produtivos.

Embalagens camaleão

Preocupadas com o trabalho possível de reciclagem, empresas como Aji-no-moto, Aviação, Frooty e Fazenda querem apresentar embalagens e produtos que sejam monomaterial. Por essa tendência, tudo se copia, nada se mistura na hora de planejar o embalamento do produto final.

Se o produto é de plástico, tira-se a tampinha-selo de alumínio, por exemplo, de uma garrafinha pet de suco e se troca por outra, também de plástico, preferencialmente, uma vertente do pet.

“Já temos uma linha de selo pet para embalagem de pet”, comenta Fernando Dias Gomes, da PE Labellers. “Como a maioria dos corpos são do mesmo material, há maior facilidade de reciclagem, o que também é uma grande preocupação para qualquer indústria.”

Segundo Dias Gomes, a PE Labellers se preocupa em apresentar soluções para que as grandes e médias indústrias tenham possibilidade de reduzir a pegada de carbono e de descarte de resíduos. 

Uma das soluções trazidas é a do copinho de papel, para substituir o supercomum de plástico, que polui oceanos e rios. “Estamos também desenvolvendo materiais pensando na espessura do que está sendo utilizado, o que traz ganho econômico e reduz a quantidade de descarte. O planeta agradece.”

 

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