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Indústria de alimentos cresce 0,8% em faturamento no primeiro semestre de 2020

Article-Indústria de alimentos cresce 0,8% em faturamento no primeiro semestre de 2020

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Açucar, óleos vegetais e carnes foram os setores que mais de destacaram em volume de produção.

A indústria brasileira de alimentos e bebidas registrou crescimento de 0,8% em faturamento e 2,7% em produção física no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a pesquisa conjuntural da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA).

Entre os fatores que contribuíram para este resultado no período, destacam-se a expansão das exportações e o desempenho do varejo alimentar no mercado interno. O aumento do consumo das famílias dentro dos domicílios foi um dos efeitos da pandemia do novo coronavírus que contribuíram para um melhor desempenho do varejo em comparação com o 1º semestre de 2019. Em contrapartida, o canal Food Service registrou queda de 29,5% nas vendas.

Os setores que mais se destacaram no período em volume de produção, considerando o mercado interno e as exportações, foram: açúcar (+22,6%), óleos vegetais (+3,9%) e carnes (+1,9%).

O setor registrou ainda um aumento de 0,6% nas contratações diretas e formais, gerando 10,3 mil vagas no período. Esse aumento está associado à expansão da produção e à necessidade de contratação para compensar o afastamento temporário de colaboradores pertencentes a grupos de risco para a Covid-19.

É importante destacar, porém, que não se trata de um crescimento sem desafios. Vários fatores adversos se impuseram e tiveram de ser enfrentados. A estimativa da ABIA é de um custo médio adicional de produção de 4,8% devido à Covid-19. Isso tem sido um desafio adicional para as empresas do setor, face ao contexto atual das economias brasileira e mundial. Como o custo de produção industrial representa em média 58% do custo total do setor, um incremento de 4,8% neste item representa um impacto no custo total da indústria de alimentos entre 2% e 2,5%.

Apesar desse impacto na cadeia produtiva, o setor gerou empregos e manteve o abastecimento funcionando no Brasil e no mercado internacional.  "Embora a indústria de alimentos esteja enfrentando os impactos da pandemia, a produção e o abastecimento da população não foram interrompidos, não só pelo fato de se tratar de uma atividade essencial, como também pelas iniciativas tomadas pelo setor, promovendo o monitoramento e o controle dos estoques no varejo e investindo em estruturas de proteção e segurança dos colaboradores nas fábricas e escritórios, entre outras. Nosso foco agora é manter o ritmo e trabalhar para colaborar ainda mais com a retomada econômica do País, gerar mais empregos e continuar levando alimento para a mesa dos brasileiros, além de manter nossa posição de um dos maiores produtores de alimentos do planeta, contribuindo para a segurança alimentar em mais de 180 países", declara João Dornellas, presidente executivo da ABIA.


Exportações

No primeiro semestre de 2020, as exportações de alimentos industrializados totalizaram US$ 17,6 bilhões, o que representa um crescimento de 12,8% em relação ao valor verificado no primeiro semestre do ano anterior, atendendo a demanda de mais de 180 países. Os produtos de maior destaque nas vendas em dólares foram as carnes (+11,9%); óleos e gorduras (+30%); e açúcares (+48%).

Ásia, Europa e Países Árabes foram os principais destinos, com destaque para a China. No primeiro semestre de 2020, a receita de vendas de alimentos industrializados para a China totalizou US 3,5 bilhões, um crescimento de 95,6% - praticamente o dobro do volume registrado no primeiro semestre de 2019 - com maior concentração nas carnes.

Além da China, os países que mais importaram do Brasil foram Hong Kong e Holanda. No semestre, a indústria de alimentos e bebidas obteve um saldo comercial positivo em US 15,3 bilhões, 15,9% superior ao desempenho do 1º semestre de 2019. A contribuição do setor para o saldo geral da balança comercial brasileira alcançou o patamar recorde de 68,2% do total.

"O Brasil é percebido, cada vez mais, como um parceiro confiável e relevante para garantir a segurança alimentar, papel que ganhou ainda mais destaque diante dos desafios da pandemia. Quando muitos países reduziram as suas exportações, o Brasil continuou fornecendo alimentos para o mundo. O País pode vir a expandir seu portfólio de produtos exportados em mercados potenciais como a China, Índia e países do Norte da África", afirma Grazielle Parenti, presidente do Conselho Diretor da ABIA.

Food Service

De acordo com levantamento da ABIA, as vendas acumuladas do Food Service (restaurantes, bares, lanchonetes, serviços de alimentação nos hotéis, navios e aviões e lojas de conveniência) apontam para uma redução de 29,5% no 1º semestre de 2020 em comparação com o mesmo período do ano passado, registrando um faturamento de R$ 64,5 bilhões. No 1º semestre de 2019, foram registrados R$ 91,4 bilhões de faturamento.

Perspectivas

De uma forma geral, a pandemia alterou o comportamento e o estilo de vida das pessoas, influenciando os critérios de escolha dos alimentos, a ocasião e o local de consumo. Devido ao confinamento imposto pela quarentena, as refeições preparadas nos domicílios ganharam mais importância, resultando no aumento das vendas no varejo e do canal de delivery.

Tais mudanças podem trazer uma maior valorização da ciência que existe por trás do produto alimentício. Atributos que valorizem ainda mais a segurança alimentar, as boas práticas de produção e as questões sanitárias ganharão mais relevância e prioridade.

Em um cenário pós-pandemia, a indústria de alimentos e bebidas pode expandir rapidamente seus volumes para abastecer os negócios que vão reabrir ou já estão em processo de reabertura. Nas exportações, a tendência é de manutenção das vendas no ritmo atual, tendo como principal parceiro comercial a China. Diante desse cenário, a perspectiva para o fechamento de 2020 da indústria de alimentos e bebidas, considerando a projeção de retração do PIB entre -6% e -5% (relatório Focus-24/07 ), é de um crescimento de até 1% nas vendas reais e de até 11% nas exportações.

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